A terça-feira, 28 de janeiro de 2025, foi marcada por uma notícia que agitou os mercados financeiros: o dólar caiu de forma acentuada e, pela primeira vez no ano, chegou a ser negociado abaixo de R$ 5,90, fechando a R$ 5,8691. Um alívio para quem via o dólar batendo nos R$ 6,00 há pouco tempo. A moeda norte-americana desvalorizou-se em 0,74%, o que representou o sétimo dia seguido de queda. Para muitos, essa baixa é um sinal de que os investidores estão desconfiados de que o dólar possa ter supervalorizado, criando um ‘excesso de prêmio’.
Mas o que está por trás dessa queda e o que pode acontecer nas próximas semanas?
O que rolou na Bolsa
O dólar engatou uma trajetória de queda a partir da tarde, chegando a marcar R$ 5,85, o menor valor do dia. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, operava no vermelho, com uma queda de 0,46% às 15h30. Para quem acompanha o mercado, esse tipo de movimento é normal, já que o mercado financeiro global anda de olho em alguns eventos importantes.
Foco nos juros: O que vai acontecer na “superquarta”?
A tensão do mercado está toda voltada para a próxima quarta-feira, 29 de janeiro, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil e o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed) dos EUA vão se reunir para anunciar as novas taxas de juros. Os economistas chamam esse dia de “superquarta”, pois tanto o Brasil quanto os Estados Unidos devem mexer nas suas taxas de juros.
No Brasil, a expectativa é de que o Copom aumente a taxa Selic em 1 ponto percentual, indo de 12,25% para 13,25% ao ano. Esse movimento tem como objetivo controlar a inflação, mas também tem um impacto direto na valorização do real frente ao dólar. Quanto mais altos os juros, mais atrativo se torna investir no Brasil, o que tende a fortalecer a nossa moeda.
Nos Estados Unidos, a situação é um pouco diferente. O Fed, liderado pelo presidente Jerome Powell, deve manter a taxa de juros entre 4,25% e 4,5%. Mas essa decisão não vem sem controvérsias, já que o novo presidente dos EUA, Donald Trump, tem defendido a queda nas taxas para aquecer ainda mais a economia. Porém, os mercados não esperam mudanças bruscas no curto prazo.
A tensão de Trump e o dólar
A relação entre a política de Donald Trump e o dólar tem sido um verdadeiro jogo de xadrez. Desde que o ex-presidente assumiu a Casa Branca em janeiro, o mercado tem especulado sobre possíveis tarifas comerciais, especialmente contra o Canadá, México e China. No entanto, até agora, Trump tem sido mais cauteloso. Apesar das ameaças de tarifas pesadas, nada de muito concreto foi feito, o que deu uma aliviada nos mercados, fazendo o dólar perder força, especialmente nos últimos dias.
Além disso, o mercado de ações nos Estados Unidos tem demonstrado sinais de incerteza, com quedas significativas nas gigantes de tecnologia como Google e Amazon. Isso, claro, afeta o humor dos investidores em todo o mundo, incluindo o Brasil.
O impacto da “DeepSeek” e o mercado de IA
Falando em tecnologia, uma novidade do mercado chinês também tem gerado bastante burburinho: a chegada da empresa DeepSeek, que desenvolveu um assistente de inteligência artificial (IA) mais barato do que os modelos das gigantes americanas. A notícia abalou o mercado, e o valor de algumas das maiores empresas de tecnologia nos EUA despencou. Isso refletiu nos mercados globais, influenciando até mesmo a bolsa brasileira.
A expectativa agora é que a guerra comercial e os avanços tecnológicos, como a IA, sigam impactando os mercados de maneira imprevisível.
O que esperar para o futuro?
Com a queda do dólar, muitos estão otimistas, mas as incertezas permanecem. A expectativa é que, após as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, o mercado encontre um novo rumo. A inflação no Brasil, a postura de Trump frente à China e o impacto das novas tecnologias serão os principais fatores a influenciar as cotações.
O que é certo é que, por enquanto, a moeda americana segue sua trajetória de queda no Brasil, e quem tem negócios internacionais ou viagens planejadas pode estar comemorando. Mas é bom ficar atento aos próximos passos do governo brasileiro e americano, porque os mercados nunca dormem e as surpresas são sempre possíveis.
Em resumo, a queda do dólar é uma boa notícia, mas o jogo está longe de estar ganho. Quem sabe o que nos espera depois da “superquarta”?
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