Uma tragédia marcou a manhã deste sábado (15) no interior de São Paulo. Um avião de pequeno porte caiu em uma área de vegetação na Estrada Municipal Zulmira Coelho Miranda de Oliveira, no município de Quadra, região metropolitana de Itapetininga. O acidente resultou na morte do piloto Nelson Ponzoni e de sua esposa, Vivien Bonafer Ponzoni, que estavam a bordo da aeronave.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 11h25 e, ao chegar ao local, encontrou os destroços do avião completamente incendiados. Os corpos das vítimas foram localizados carbonizados dentro da fuselagem.
O que se sabe até agora?
As investigações ainda estão em andamento, mas informações preliminares apontam que a aeronave, um modelo experimental CT-U com dois assentos, teria caído logo após a decolagem.
Principais informações do caso:
- O avião pertencia ao próprio piloto, Nelson Ponzoni, e estava registrado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) como uma construção amadora, sem autorização para transporte comercial.
- O objetivo do voo era apenas um sobrevoo pela região, com retorno ao ponto de partida, o Clube de Voo Aeroquadra.
- Testemunhas relataram que a aeronave apresentou problemas logo após decolar e caiu em meio a um canavial.
- O impacto da queda foi tão forte que o avião pegou fogo, dificultando o trabalho das equipes de resgate.
- Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil estiveram no local para conter as chamas e isolar a área do acidente.
- O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi acionado para apurar as causas da queda.
Histórico de problemas com a aeronave
Esse não foi o primeiro incidente envolvendo esse avião. Em 2019, a mesma aeronave capotou ao tentar realizar um pouso forçado em Piedade, interior de São Paulo. Na ocasião, o piloto conseguiu escapar sem ferimentos graves.
Segundo o relatório da Aeronáutica, o avião apresentou falhas durante o voo e precisou descer em um local improvisado. Como resultado, a fuselagem ficou danificada, mas não houve vítimas.
O que pode ter causado o acidente?
Embora as investigações ainda estejam em fase inicial, especialistas em aviação apontam alguns fatores que podem ter contribuído para a tragédia:
- Falha mecânica – Como a aeronave já havia sofrido um acidente anterior, é possível que problemas estruturais ou mecânicos tenham afetado o voo.
- Erro humano – Mesmo com experiência, o piloto pode ter enfrentado dificuldades ao tentar corrigir uma possível falha durante a decolagem.
- Condições meteorológicas – Chuvas, ventos fortes ou baixa visibilidade podem ter dificultado a estabilidade do avião.
A perícia do Cenipa irá analisar os destroços da aeronave, dados meteorológicos e possíveis registros da comunicação do piloto para entender melhor as causas do acidente.
Resgate e comoção
A tragédia abalou a cidade de Quadra e a comunidade aeronáutica do interior paulista. Nelson Ponzoni era um piloto experiente e conhecido no meio, especialmente por sua paixão por voos experimentais.
A equipe do Corpo de Bombeiros levou horas para conter o incêndio e recolher os corpos das vítimas. A Polícia Civil acompanha o caso e aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar as causas das mortes.
Amigos e familiares das vítimas prestaram homenagens nas redes sociais, lamentando a tragédia. O Clube de Voo Aeroquadra, de onde o avião decolou, emitiu uma nota expressando solidariedade e pesar pela perda do casal.
A segurança da aviação experimental no Brasil
A queda do avião reacende o debate sobre a segurança da aviação experimental no Brasil. Esse tipo de aeronave, construída de forma artesanal ou com kits específicos, exige manutenção rigorosa e registro adequado na Anac.
Especialistas alertam que, apesar de ser permitido, esse tipo de aviação envolve riscos maiores do que aeronaves comerciais tradicionais. Problemas estruturais, falta de fiscalização mais rígida e a ausência de normas padronizadas são alguns desafios do setor.
Casos como esse reforçam a importância da manutenção preventiva, treinamentos constantes para pilotos e uma fiscalização mais rígida para aeronaves experimentais.
O que acontece agora?
Com a perícia ainda em andamento, o Cenipa deve levar semanas ou meses para divulgar um relatório detalhado sobre as causas da queda. Enquanto isso, a família das vítimas aguarda a liberação dos corpos para os procedimentos funerários.
A tragédia serve como um alerta para todos os pilotos e entusiastas da aviação: segurança deve ser sempre prioridade, seja em aeronaves comerciais ou experimentais.
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