Mato Grosso do Sul, 9 de maio de 2025
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Dólar Chega a R$ 5,75 após ruídos no mercado e expectativas sobre tarifas dos EUA

Com comentários de Haddad e declarações de Trump, moeda norte-americana acumula alta e aumenta incertezas sobre futuro das tarifas comerciais
(Ilustração: Jose Luis Gonzalez/Reuters)
(Ilustração: Jose Luis Gonzalez/Reuters)

Na manhã desta segunda-feira (24), o dólar registrou sua terceira alta consecutiva, fechando o dia cotado a R$ 5,75, após um movimento misto de fatores internos e externos. O mercado foi abalado por declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o arcabouço fiscal brasileiro, que geraram incertezas sobre a política econômica do governo. Além disso, o avanço da moeda norte-americana no exterior, impulsionado por especulações sobre novas tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também impactou diretamente a cotação do dólar no Brasil.

O impacto das falas de Haddad foi imediato, levando a divisa a oscilar e a ultrapassar a marca de R$ 5,77, antes de perder um pouco da força. Mesmo com o alívio momentâneo, o dólar se manteve em alta, refletindo as incertezas internacionais relacionadas às novas medidas tarifárias dos EUA.

O que aconteceu com o dólar hoje?

A cotação do dólar à vista fechou o pregão com alta de 0,65%, sendo negociada a R$ 5,7528. Em três dias úteis, a moeda acumula um aumento de 1,84%, porém, no ano, ainda registra um recuo de 6,90%. O dólar futuro, mais negociado na B3, também demonstrou leve alta de 0,52%, fechando em R$ 5,7635.

O começo do dia trouxe uma forte volatilidade, com o dólar chegando a oscilar para baixo, atingindo R$ 5,7027, mas rapidamente subindo para R$ 5,7734 após os comentários de Haddad em evento organizado pelo Valor Econômico. Durante a conferência, o ministro afirmou que, no futuro, o Brasil poderia ajustar parâmetros do arcabouço fiscal, como limites de gastos e metas de resultado primário, desde que a situação da dívida pública, da Selic e da inflação estivesse estabilizada.

Apesar de o ministro tentar acalmar os ânimos mais tarde, afirmando que suas palavras haviam sido distorcidas, o mercado continuou apreensivo, principalmente porque as falas abriram um precedente para mudanças nas políticas fiscais, o que gerou preocupação entre os investidores.

Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, comentou sobre o clima de incerteza. “Tivemos logo de manhã um pouco de fala do Haddad que acabou trazendo ruídos para o mercado, dado que ele falou bastante sobre a questão do arcabouço, que vai perseguir, que não se muda a arquitetura, mas que talvez possa mudar ou ajustar alguma coisa”, explicou.

Impacto das tarifas comerciais de Trump

Porém, o que realmente pesou sobre a cotação foi o contexto externo. As falas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, sobre a imposição de tarifas a produtos como automóveis, alumínio e produtos farmacêuticos, provocaram uma reação nos mercados globais. O governo norte-americano também sinalizou que pode adiar a aplicação de tarifas recíprocas, previstas para 2 de abril, mas que ainda assim vão gerar incerteza sobre os rumos da economia mundial. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda em relação a outras divisas fortes, subiu 0,24%, refletindo uma movimentação de alta no mercado global.

Além disso, o presidente dos EUA anunciou que nos próximos dias fará um pronunciamento sobre novas tarifas, o que deixa o mercado financeiro ainda mais volátil, especialmente no Brasil, que sofre diretamente com a pressão externa sobre o valor de sua moeda.

Perspectivas e projeções

Enquanto isso, o Boletim Focus do Banco Central trouxe uma revisão nas previsões para o dólar, indicando que a expectativa do mercado é de que a moeda norte-americana encerre 2025 cotada a R$ 5,95, uma leve queda em relação à estimativa anterior de R$ 5,98. Apesar disso, a projeção continua volátil, especialmente com o cenário externo incerto e as negociações comerciais dos EUA.

Em um cenário instável, as notícias sobre possíveis mudanças nas tarifas e os ruídos domésticos envolvendo a política fiscal no Brasil deverão seguir influenciando diretamente as decisões dos investidores, que aguardam mais informações sobre a postura do governo brasileiro e os planos do presidente Trump. Com o dólar avançando nas últimas sessões, o mercado financeiro segue cauteloso, monitorando todos os movimentos que podem impactar a moeda.

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