Uma reviravolta envolvendo o ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), colocou novamente seu nome no centro das atenções. A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou à Justiça que o político teria violado as restrições da tornozeleira eletrônica e sugeriu sua prisão. No entanto, menos de 24 horas depois, a própria agência voltou atrás e disse que não houve qualquer irregularidade.
A situação despertou o interesse do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que solicitou explicações da Agepen para avaliar a possibilidade de um novo pedido de prisão contra Claudinho. Diante da contradição, a juíza Larissa Ribeiro Fiuza deu um prazo de 15 dias para que a Agepen esclareça o ocorrido e apresente um relatório detalhado sobre os últimos 12 meses de monitoramento do político.
O caso ganha ainda mais relevância porque Claudinho Serra é réu em uma investigação de corrupção em Sidrolândia. Ele foi preso no dia 3 de abril de 2024, acusado de chefiar um esquema ilícito durante sua atuação como secretário de Fazenda da cidade, enquanto sua sogra, Vanda Camilo (PP), exercia o cargo de prefeita. Após passar 23 dias detido, Claudinho foi liberado mediante o uso da tornozeleira eletrônica.
Em sua defesa, o advogado de Claudinho, Tiago Bunning, alegou que seu cliente não desrespeitou as condições da medida cautelar. Ele argumentou que as supostas violações poderiam ser resultado de falhas técnicas no monitoramento. A defesa também solicitou um relatório da Central de Monitoramento para comprovar que o político permaneceu em sua residência nos horários indicados como supostas saídas indevidas.
Outro nome envolvido no caso é Carmo Name Júnior, assessor de Claudinho, que também teria descumprido as regras do monitoramento. O fato lança ainda mais dúvidas sobre a precisão dos relatórios emitidos pela Agepen.
Ao prorrogar por mais seis meses o uso da tornozeleira eletrônica, o juiz Fernando Moreira Freitas da Silva destacou que os crimes atribuídos a Claudinho causaram “vultuoso dano ao erário”, prejudicando diretamente a sociedade. O magistrado ressaltou que, mesmo após a primeira fase da Operação Tromper, os atos ilícitos continuaram ocorrendo.
O MPMS argumenta que Claudinho Serra mantém forte ligação com a cúpula do PSDB e vive uma “dependência de cargos políticos”. Ele construiu sua trajetória ao lado de figuras influentes do partido.
O ex-vereador tentou se consolidar na política ao disputar sua primeira eleição em 2020, mas recebeu apenas 3.616 votos, terminando como segundo suplente do PSDB. Assumiu o cargo de vereador após uma série de movimentações dentro do partido. Inicialmente, entrou na Câmara de Campo Grande em maio de 2023 como suplente. Depois, garantiu o mandato definitivo quando Ademir Santana, o primeiro suplente, renunciou ao cargo um mês antes da deflagração da Operação Tromper.
Agora, com a polêmica em torno da tornozeleira eletrônica, Claudinho Serra volta a ser o centro das atenções e pode ter seu futuro político ainda mais comprometido. A decisão sobre um novo pedido de prisão dependerá da análise dos relatórios apresentados pela Agepen e da avaliação do Ministério Público.
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