A situação da dengue em Mato Grosso do Sul está longe de ser tranquila. O mais recente boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), referente à 15ª semana epidemiológica de 2025, mostra que o número de casos confirmados da doença já chegou a 3.285. No total, são 8.659 casos prováveis espalhados por diversas regiões do estado, com 9 mortes confirmadas até agora e outras 6 ainda sob investigação.
De acordo com os dados, a situação é considerada preocupante, principalmente porque a doença tem se espalhado de maneira acelerada, atingindo municípios que antes apresentavam menor incidência. Só nos últimos 14 dias, cidades como Paraíso das Águas e Itaquiraí apresentaram média elevada de casos confirmados. Já os óbitos registrados até o momento aconteceram em Inocência, Três Lagoas, Nova Andradina, Aquidauana, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Iguatemi e Paranhos. Das vítimas, quatro tinham comorbidades, o que contribuiu para o agravamento do quadro clínico.
A SES reforça que o combate à dengue não depende só do poder público, mas da participação ativa da população. A principal forma de prevenção continua sendo a eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da Chikungunya e do Zika vírus. Água parada em pneus, vasos de planta, calhas e recipientes mal armazenados são o cenário ideal para o mosquito se reproduzir.
Enquanto isso, a campanha de vacinação segue seu curso, mas ainda sem atingir a totalidade do público-alvo. Segundo a SES, Mato Grosso do Sul recebeu 241.030 doses da vacina contra a dengue enviadas pelo Ministério da Saúde. Até agora, foram aplicadas 156.182 doses. O esquema vacinal prevê duas aplicações, com um intervalo de três meses entre elas.
A vacinação está sendo ofertada a crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, 11 meses e 29 dias, faixa etária que, segundo o Ministério da Saúde, concentra a maior taxa de hospitalizações por dengue dentro do grupo de 6 a 16 anos. A imunização é considerada essencial para evitar formas graves da doença e, consequentemente, internações e mortes.
Mas a dengue não é a única preocupação no estado. A Chikungunya também avança. De acordo com o mesmo boletim da SES, Mato Grosso do Sul já soma 6.719 casos prováveis da doença, dos quais 1.409 foram confirmados oficialmente. Entre os casos registrados, 12 são de gestantes — grupo de risco que merece atenção redobrada.
Dois óbitos por Chikungunya já foram confirmados este ano, nos municípios de Dois Irmãos do Buriti e Vicentina. A doença, que também é transmitida pelo Aedes aegypti, costuma causar febre alta, dores nas articulações e cansaço extremo, podendo deixar sequelas por meses em alguns casos.
A SES reforça ainda que, diante de qualquer sintoma suspeito — como febre, dores no corpo, manchas na pele ou mal-estar — a recomendação é procurar atendimento médico o quanto antes. Automedicação é extremamente perigosa, especialmente quando se trata de doenças virais que podem evoluir para formas graves, como é o caso da dengue hemorrágica ou da síndrome do choque da dengue.
Para vencer essa batalha, é fundamental o trabalho conjunto entre governo, municípios e a própria população. O mosquito continua sendo o mesmo, mas o descuido de um pode colocar a vida de muitos em risco.
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