Mato Grosso do Sul, 9 de maio de 2025
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Dólar despenca e agita o mercado com pressão de Trump e discurso firme de Galípolo

Queda forte da moeda americana anima investidores, mas tensão com o Fed e juros no radar mantêm cenário instável
Donald Trump criticou o presidente do Fed, Jerome Powell
Donald Trump criticou o presidente do Fed, Jerome Powell

A volta do feriado prolongado no Brasil começou com agito no mercado financeiro. Nesta terça-feira, o dólar caiu com força e fechou o dia cotado a R$ 5,72, com queda de 1,37% no valor da moeda. Esse recuo firme foi puxado por uma mistura de fatores: fala dura do presidente em exercício do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre o controle da inflação, além de novos ruídos vindos dos Estados Unidos, onde Donald Trump voltou a atacar o presidente do Fed, Jerome Powell.

Mesmo com essa queda expressiva, o dólar ainda acumula alta no mês. Mas hoje, o que se viu foi um real mais forte, aproveitando também um bom momento nas commodities e nas bolsas internacionais, especialmente em Nova York.

Segundo analistas do mercado, o principal motivo da queda do dólar foi a combinação de uma fala firme de Galípolo com o ambiente externo mais favorável. O presidente do Banco Central reforçou o compromisso com o combate à inflação, o que agradou investidores e deu impulso à moeda brasileira.

Além disso, na China, o governo anunciou novos estímulos para impulsionar a economia, o que elevou os preços das commodities e favoreceu países exportadores como o Brasil. Esse movimento também colaborou para o fortalecimento do real frente ao dólar.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, a polêmica ficou por conta das críticas de Donald Trump ao Federal Reserve. Ele voltou a pressionar Jerome Powell, presidente do banco central americano, pedindo corte de juros. Esse tipo de pressão levanta preocupações no mercado sobre a independência do Fed, o que deixa o dólar em uma posição mais frágil frente a outras moedas como o euro e o franco suíço.

Anilson Moretti, da HCI Invest, avalia que o dólar já vinha mostrando sinais de queda diante de moedas de países emergentes e que os estímulos chineses deram um empurrão. “O foco do mercado está totalmente voltado para a reunião do Fed no dia 7 de maio. Espera-se que a taxa de juros seja mantida, mas há quem aposte em corte já em junho, dependendo dos indicadores econômicos”, afirmou.

Ainda assim, fatores internos limitam uma queda mais intensa do dólar por aqui. A falta de entrada de capital estrangeiro na Bolsa brasileira e o recuo dos juros futuros tornam o real menos atraente para investidores internacionais, o que segura um pouco a valorização da moeda nacional.

O dólar turismo, por sua vez, ainda segue alto, sendo negociado entre R$ 5,80 e R$ 5,98. Já o dólar comercial ficou em R$ 5,727, tanto na compra quanto na venda.

No mercado internacional, o dólar mostrou fraqueza diante das moedas europeias, afetado pelas falas de Trump e pela incerteza sobre o futuro da política monetária dos Estados Unidos. As ameaças de uma possível guerra comercial global também pairam no ar, principalmente com o risco de novas tarifas e retaliações entre grandes economias.

Especialistas alertam que a estabilidade do dólar como moeda de reserva global pode ser colocada em xeque caso persista a sensação de interferência política no Fed. Há, inclusive, analistas observando a possibilidade de redução da exposição internacional aos ativos americanos, o que impactaria diretamente a moeda norte-americana.

Apesar da euforia momentânea, o mercado segue atento e com o pé atrás. Com decisões importantes no horizonte, como a reunião do Fed, e o cenário global ainda bastante volátil, não há espaço para comemoração antecipada. Mas por hoje, o alívio veio com força e deu uma folga para o real, que conseguiu respirar em meio ao turbilhão econômico.

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