Mato Grosso do Sul, 10 de maio de 2025
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China autoriza retomada das exportações de soja por unidades brasileiras após adequações sanitárias

Governo vê confiança recuperada e CNA aposta em avanço com China também na infraestrutura para dar fôlego ao agro
Principal parceira comercial do Brasil, a China é destino de mais um quarto das exportações totais brasileiras
Principal parceira comercial do Brasil, a China é destino de mais um quarto das exportações totais brasileiras

A decisão da China de liberar cinco unidades brasileiras para voltar a exportar soja marca o fim de um curto embargo que causou preocupação no setor, mas que agora dá espaço para novas oportunidades de negócio e investimentos no agro entre os dois países.

Depois de três meses de espera, cinco empresas brasileiras voltaram a ter o sinal verde para exportar soja à China. A liberação, que entrou em vigor no dia 25 de abril, foi recebida como um alívio por produtores e autoridades brasileiras. O embargo tinha sido imposto no início do ano por motivos sanitários, após a detecção de grãos com revestimento de pesticidas e a presença de pragas quarentenárias em cargas vindas do Brasil.

Foram afetadas as unidades da ADM do Brasil, Cargill S.A., Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil e C.Vale Cooperativa Agroindustrial. Segundo as autoridades chinesas, o problema teria surgido da mistura indevida de grãos destinados à alimentação com sementes tratadas com agrotóxicos. Um erro técnico, sim, mas que não representou risco grave nem rachou a relação comercial entre os dois gigantes.

Na prática, o embargo durou um mês além do previsto. A suspensão, que inicialmente seria de dois meses, se estendeu até o fim de abril. Apesar disso, o impacto foi considerado mínimo, já que o Brasil tem mais de 1.700 estabelecimentos autorizados a exportar soja para os chineses. Ainda assim, o episódio acendeu o alerta sobre a importância de cuidados rigorosos no manuseio e transporte da produção agrícola.

O documento de liberação, enviado pela autoridade alfandegária chinesa à Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, sinalizou que as medidas corretivas tomadas pelo Brasil foram satisfatórias. Segundo o governo, o movimento dos chineses é visto como técnico, sem envolvimento de questões políticas ou comerciais.

Agora, com as portas reabertas, o momento não poderia ser mais estratégico. O anúncio acontece às vésperas de uma das maiores missões empresariais brasileiras já organizadas para a China. Cerca de 150 representantes de diversos setores do agro brasileiro embarcam para o país asiático com uma agenda recheada de negociações.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também estará na China nos dias 12 e 13 de maio para participar do Fórum China-Celac e deve ter uma reunião bilateral com o presidente chinês Xi Jinping. A comitiva conta ainda com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e com a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.

Além de tratar da retomada da confiança comercial, a missão pretende abrir novas frentes de diálogo, especialmente na área de infraestrutura. Segundo Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da CNA, a expectativa é de que a China invista em projetos de logística e armazenagem no Brasil, pontos considerados gargalos crônicos do agronegócio nacional.

“Se a gente colhe uma super safra, precisa escoar rápido, porque não temos onde guardar. Isso atrapalha o planejamento e encarece os custos. É aí que a parceria com os chineses pode ser valiosa”, explicou Mori. Ela lembrou que essa discussão já está na mesa desde 2019, mas ganha novo peso agora, em meio ao cenário de instabilidade econômica global e guerra comercial entre China e Estados Unidos.

A lógica é clara: com os americanos perdendo espaço, o Brasil surge como alternativa confiável. “Temos produtividade, qualidade e regularidade. O mundo sabe disso. E a China sabe que pode contar com a gente”, afirmou Mori.

A CNA acredita que o Brasil pode avançar em acordos para venda de outros produtos agropecuários e abrir ainda mais mercados. Embora os detalhes não tenham sido revelados, a diretora adiantou que há anúncios concretos para serem feitos durante a visita.

O ministro Fávaro já disse que o país está pronto para atender a demanda chinesa que antes era suprida pelos Estados Unidos. Para ele, a parceria estratégica com a China passa a ter um papel ainda mais relevante diante do atual cenário internacional.

O sinal de confiança dado com a liberação das exportações de soja é apenas o começo de uma relação que pode se aprofundar em várias áreas. E o Brasil quer aproveitar esse momento para transformar oportunidades em resultados duradouros.

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