Mato Grosso do Sul, 10 de maio de 2025
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Polícia desmonta esquema milionário de facção e revela papel decisivo de mulheres no núcleo financeiro do crime

Operações Minerva e Destino Final 2 miram movimentação ilegal de dinheiro em Mato Grosso; mulheres agiam como operadoras de confiança para lavagem e transporte de valores
A PF continuará as investigações para identificar outros suspeitos que também têm envolvimento
A PF continuará as investigações para identificar outros suspeitos que também têm envolvimento

A manhã desta quarta-feira foi marcada por uma ofensiva de peso contra o crime organizado em Mato Grosso. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT), em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) de Sinop, deflagrou duas grandes operações — Minerva e Destino Final 2 para desmontar um dos braços mais sofisticados de uma facção criminosa que atua na região Norte do estado. O alvo: o núcleo financeiro que abastece o tráfico de drogas e alimenta a estrutura do crime.

As ações ocorreram simultaneamente em Sinop e Várzea Grande. Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão, além do sequestro de bens e bloqueio de valores. As ordens judiciais foram expedidas pela Vara de Organização Criminosa de Sinop, após meses de investigação minuciosa que revelou o modo de funcionamento da engrenagem criminosa.

O que mais chamou a atenção dos investigadores foi o papel estratégico desempenhado por mulheres dentro da estrutura da facção. Nove delas foram identificadas como integrantes diretas da organização, atuando em diferentes níveis da cadeia financeira. Essas mulheres não eram apenas auxiliares: estavam encarregadas de recolher o dinheiro da venda de drogas, guardar, transportar, dissimular a origem dos valores e até de operar contas de laranjas para movimentação bancária.

Em um dos episódios que mais impactou as equipes envolvidas na investigação, uma dessas mulheres foi flagrada enquanto transportava cerca de meio milhão de reais em dinheiro vivo. A quantia estava escondida em um compartimento secreto dentro do painel de um carro, no trajeto entre Sinop e Cuiabá. O flagrante reforçou a suspeita de que o grupo vinha operando com um nível alto de organização e profissionalismo, capaz de driblar barreiras policiais e financeiras.

Segundo as autoridades, a estrutura criminosa vinha sendo mantida com disciplina militar e com uso de códigos internos. Além disso, o núcleo financeiro investigado teria ligação com outras unidades da facção em diferentes estados do país, funcionando como uma espécie de “banco clandestino” da organização, onde valores eram recolhidos de pontos de tráfico e redistribuídos para pagamento de membros, compra de armas e drogas, além de outras despesas internas.

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos veículos de luxo, celulares, documentos, computadores, valores em espécie e provas que devem ajudar a aprofundar o mapa financeiro da facção. A expectativa da FICCO/MT é identificar outros envolvidos, inclusive aqueles que atuam na chamada “lavagem fina”, que é a última etapa da ocultação do dinheiro em empresas de fachada, comércio informal e até imóveis.

As operações Minerva e Destino Final 2 representam uma nova fase de enfrentamento direto contra as estruturas que sustentam financeiramente o crime. A desarticulação desses esquemas, segundo os investigadores, enfraquece diretamente o poder de influência e de expansão da facção em Mato Grosso e nos demais estados onde possui ramificações.

Apesar dos avanços, as autoridades afirmam que o combate ao crime organizado exige monitoramento constante e investimento em inteligência. A atuação das mulheres, por exemplo, mostra que a facção se adapta rapidamente e utiliza a confiança como moeda interna para funções sensíveis. A polícia alerta para o aliciamento de pessoas vulneráveis, especialmente mulheres, que muitas vezes entram nesse tipo de esquema por promessas de estabilidade financeira, sem ter noção da gravidade das consequências.

Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico, com penas que podem ultrapassar 20 anos de prisão. A investigação segue em sigilo para que novas frentes possam ser abertas e outros integrantes localizados.

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