Mato Grosso do Sul, 13 de maio de 2025
Campo Grande/MS
Fuente de datos meteorológicos: clima en Campo Grande a 30 días

Família de criança vítima de racismo em escola cometido por ‘Pai Bolsonarista’ insiste na investigação

À polícia, o homem, que nas redes sociais costuma a postar fotos de apoio a Jair Bolsonaro e mensagens atreladas ao discurso da extrema direita, disse que o filho tem “fobia e não gosta que abracem ele”
Kelver de Miranda, de 32 anos, agrediu uma garotinha de 4 anos, dentro de uma Escola Pública em Campo Grande
Kelver de Miranda, de 32 anos, agrediu uma garotinha de 4 anos, dentro de uma Escola Pública em Campo Grande

Inconformada com o indiciamento de pedreiro Kelver de Miranda dos Santos, de 32 anos, que deu empurrão e apontou dedo para coleguinha do filho dele no pátio de escola, por vias de fato, a advogada da família da vítima vai buscar meios de exigir que a Polícia Civil vá a fundo na investigação de racismo. Segundo Lione Balta, que representa a garotinha e os pais dela, “novas provas” surgiram.

O delegado responsável pela apuração, Roberto Morgado, alegou não ter visto indícios suficientes de racismo crime inafiançável e imprescritível na atitude do pai que agrediu a menina negra, de 4 anos, depois que ela abraçou o filho dele, uma criança branca da mesma idade.

A advogada da família da garotinha esteve na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), na tarde desta quinta-feira (14), para ter acesso o relatório do inquérito policial instaurado e constatou que o pedreiro realmente será indiciado somente por vias de fato, uma contravenção penal com pena mais branda. A infração, prevista no artigo 21 do Decreto-Lei 3.688/41, pode ser punida com 15 dias a 3 meses de prisão.

Lione não informou quais novas provas surgiram, até porque a investigação tramitou em sigilo, mas disse que o caso terá “importante desdobramento”.

O episódio aconteceu na manhã de segunda-feira (11), na fila da entrada dos alunos da Escola Municipal Professora Iracema de Souza Mendonça, situada no Bairro Universitário, em Campo Grande. O pedreiro empurrou a diretora e invadiu o pátio do colégio para “resgatar” o filho.

O homem de 32 anos alega que “ficou nervoso” quando viu a outra criança abraçando o filho, porque o menino “não gosta que toquem nele”. Também confessou ter orientado antes ao filho “dar porrada” na menina caso ela se aproximasse novamente. Mas, alegou estar arrependido.

Nesta terça-feira, a reportagem falou com o pai da menina, um homem de 42 anos. Ele explicou que a filha é carinhosa e gosta de abraçar as pessoas. “É extremamente alegre, gosta de demonstrar o carinho dela através do contato. Abraça, beija, principalmente quando tem outras crianças envolvidas”, descreveu.

A criança ainda tenta entender o que aconteceu, mas depois do ocorrido e com medo de outras investidas do acusado, os pais da menina decidiram trocá-la de escola.

À polícia, o homem, que nas redes sociais costuma a postar fotos de apoio a Jair Bolsonaro e mensagens atreladas ao discurso da extrema direita, disse que o filho tem “fobia e não gosta que abracem ele” e que teria pedido para a monitora e para a diretora afastar a menina dele, mas que ninguém havia acatado seu pedido e, por isso, teria ficado nervoso.

Suas preferências de cookies

Usamos cookies para otimizar nosso site e coletar estatísticas de uso.