Mato Grosso do Sul, 14 de fevereiro de 2025
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Bolsonaro lamenta ausência na posse de Trump e elenca motivos para impedimento

O episódio repercutiu rapidamente nas redes sociais. Críticos de Bolsonaro aproveitaram para ironizar sua ausência, sugerindo que ele estaria “proibido de sair de casa”
O ex-presidente Jair Bolsonaro - Imagem -  (Chandan Khanna/AFP)
O ex-presidente Jair Bolsonaro - Imagem -  (Chandan Khanna/AFP)

O ex-presidente Jair Bolsonaro demonstrou, neste sábado (18), grande constrangimento por não poder participar da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. O evento, programado para a segunda-feira (20), em Washington, terá a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro como representantes do líder brasileiro.

A ausência de Bolsonaro foi justificada por uma série de fatores que vão além de suas pendências judiciais no Brasil, incluindo limitações políticas, sanções diplomáticas e decisões judiciais que refletem diretamente em sua movimentação internacional.

A aposta no aliado norte-americano

Bolsonaro vê em Trump uma figura crucial para reverter sua situação política. Inelegível por oito anos devido a decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente tem depositado esperanças no apoio do republicano.

“Se ele me convidou, é porque acredita que pode colaborar afastando as minhas inelegibilidades. A presença dele é muito importante. Ele já passou por algo parecido nos EUA, o que eles chamam de ‘lawfare’. Somos bem parecidos nesse ponto”, disse Bolsonaro, associando sua trajetória à de Trump, que também enfrentou questionamentos legais após deixar a presidência.

Os motivos que o impedem de viajar

Bolsonaro enfrentou múltiplos obstáculos que inviabilizaram sua ida ao evento, mesmo tendo o convite direto de Trump. Entre os principais motivos estão:

  1. Decisão do STF sobre o passaporte
    Bolsonaro teve seu passaporte retido por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A justificativa incluiu o risco de fuga e a possibilidade de tentativa de evasão para evitar os desdobramentos de processos judiciais no Brasil.
  2. Investigado em casos de repercussão nacional
    Bolsonaro é alvo de uma série de investigações, como as relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro, fake news e a suspeita de utilização indevida da máquina pública durante seu mandato. Essas pendências reforçam o controle sobre suas movimentações.
  3. Sanções eleitorais e políticas
    Além da inelegibilidade, Bolsonaro enfrenta restrições que limitam sua atuação política, incluindo a dificuldade de realizar viagens internacionais, principalmente em um contexto de eventos de grande visibilidade.
  4. Relações diplomáticas tensas
    Desde seu mandato, a relação do Brasil com os Estados Unidos vive momentos delicados, especialmente após Bolsonaro demonstrar alinhamento total com Trump e posicionar-se contra o governo Biden em várias ocasiões.
  5. Agenda política nacional
    Bolsonaro afirmou que sua ausência também se deve à necessidade de focar na articulação de projetos internos, como a proposta de anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. “Não podemos abandonar quem se levantou pelo Brasil”, justificou.

A participação de Michelle Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro embarcou para Washington acompanhada de Eduardo Bolsonaro. Antes da viagem, ela defendeu o marido, reforçando a narrativa de perseguição política:

“O Jair está sendo perseguido porque é o maior líder da direita no Brasil. Isso incomoda muita gente. Eles têm um medinho do Jair”, afirmou Michelle, sem mencionar diretamente os adversários políticos ou as instituições que estariam envolvidas.

Discussão sobre anistia e articulações políticas

Nos bastidores, Bolsonaro revelou que tem mantido diálogo com lideranças políticas no Congresso sobre a votação de um projeto de lei que visa anistiar os envolvidos nos atos de depredação do 8 de janeiro. Segundo ele, o objetivo é garantir que “o devido processo legal seja seguido” e evitar o que ele chamou de “perseguições políticas”.

“Estamos em conversa com os pré-candidatos à presidência da Câmara e do Senado. É importante que essa pauta seja votada para que essas pessoas tenham justiça”, argumentou.

Impacto internacional e simbolismo da ausência

Bolsonaro reconheceu o impacto de sua ausência em um evento tão simbólico. Ele destacou que, além do apoio de Trump, desejava reforçar a aliança entre as lideranças conservadoras no cenário global, algo que, segundo ele, poderia fortalecer a direita brasileira.

“Eu queria muito estar ao lado dele nesse momento importante, mas as circunstâncias me impedem. Tenho certeza de que o Eduardo e a Michelle vão representar muito bem os valores que compartilhamos com ele”, afirmou.

Repercussão nas redes sociais

O episódio repercutiu rapidamente nas redes sociais. Críticos de Bolsonaro aproveitaram para ironizar sua ausência, sugerindo que ele estaria “proibido de sair de casa”. Memes e hashtags como #PassaporteRetido, #InelegívelNaPosse e #BolsonaroNaTorcida dominaram os debates virtuais.

Seus apoiadores, por outro lado, reforçaram a narrativa de perseguição política, afirmando que a decisão do STF fere a liberdade de movimento do ex-presidente. Termos como #JustiçaParaBolsonaro e #TrumpEBolsonaroUnidos também estiveram entre os tópicos mais comentados.

O futuro de Bolsonaro

Com as dificuldades políticas e judiciais, Bolsonaro busca uma reaproximação com aliados internacionais para recuperar o protagonismo. Mesmo ausente no evento, ele garantiu que continuará lutando pelos ideais conservadores e pela “democracia” no Brasil.

“Minha história não acaba aqui. Sei que muitos querem me ver derrotado, mas seguirei firme. O Brasil precisa de líderes que defendam o povo, e é isso que continuarei fazendo, de onde eu estiver”, concluiu.

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