A tensão entre China e Estados Unidos subiu de vez para outro nível. Depois que o governo americano decidiu aplicar uma tarifa pesada de 34% sobre produtos chineses, o recado de Pequim veio com força total. E não foi só na fala: o país asiático já começou a se movimentar nos bastidores e está preparando uma verdadeira operação de guerra para blindar sua economia.
Segundo o Diário do Povo, o jornal oficial do Partido Comunista da China, os formuladores de políticas chinesas estão prontos para agir com o que chamaram de “esforços extraordinários”. Isso inclui flexibilização fiscal, incentivo ao consumo interno e, principalmente, uma política de corte nos juros para manter a economia aquecida. O banco central chinês (PBoC) já deixou claro que pode cortar as taxas a qualquer momento, se achar necessário. Além disso, o governo está disposto a aumentar seu déficit fiscal, ou seja, gastar mais do que arrecada, para injetar dinheiro na economia.
Tudo isso acontece em meio a um cenário delicado. A Bolsa de Xangai já sentiu o impacto e despencou mais de 6% nesta segunda-feira. Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou a maior queda desde 1997. Pequim sabe que precisa agir rápido para evitar que a crise financeira se alastre e afugente investidores.
Mas a China também mostrou que não quer fechar as portas para o capital estrangeiro. No domingo, o Ministério do Comércio da China organizou uma reunião com representantes de grandes empresas americanas. Executivos da Tesla, GE Healthcare, Medtronic e outras estiveram presentes no encontro. A mensagem foi clara: o governo chinês reafirmou que o país segue sendo um lugar seguro e atrativo para os investimentos internacionais, mesmo com os conflitos políticos e comerciais em alta.
Além disso, o ministério declarou apoio total às empresas estrangeiras que atuam em território chinês, inclusive as americanas. Isso é um recado direto ao mundo: apesar das tensões com Washington, a China quer manter seus laços comerciais com empresários e investidores que ajudam a movimentar sua economia.
A reação do país também não ficou só no discurso. Na sexta-feira, o governo chinês anunciou que passará a cobrar a mesma alíquota de 34% sobre produtos americanos. Uma retaliação direta às tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Essas medidas fazem parte de um jogo estratégico entre duas potências que travam uma disputa cada vez mais acirrada, não só por espaço no mercado global, mas também por influência política e tecnológica. E no meio disso tudo, quem sofre são os mercados internacionais, as cadeias de produção e até os consumidores de outros países, como o Brasil.
A política de tarifas adotada pelos Estados Unidos, especialmente sob influência do ex-presidente Donald Trump, tem como objetivo proteger a indústria nacional. Mas essa estratégia também gera instabilidade, quebra de acordos comerciais e insegurança no setor produtivo.
A China, que depende tanto da exportação quanto do consumo interno, está reagindo com força para tentar equilibrar o jogo. O corte nos juros, a expansão do déficit e o estímulo ao consumo doméstico mostram que o país está disposto a tomar medidas drásticas para não perder terreno.
Resta saber até onde essa disputa pode ir e se haverá espaço para negociação antes que os efeitos dessa guerra comercial causem estragos maiores em todo o planeta.
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