A violência contra as mulheres não tira férias, e o Carnaval, que é uma das maiores festas populares do Brasil, não é exceção. Em um país onde o respeito à mulher ainda é um desafio, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, falou sobre como a mobilização nacional pelo Feminicídio Zero marcará presença nas festas de 2024, com o objetivo de combater a violência de gênero e garantir que o Carnaval seja um espaço de respeito e alegria para todas.
Durante sua participação no programa Bom Dia, Ministra, transmitido pelo Canal Gov, a ministra detalhou as ações que o Ministério das Mulheres está tomando para intensificar a luta contra o feminicídio e outras formas de agressão durante o período carnavalesco. A mobilização inclui campanhas educativas, panfletagens e uma série de atividades que visam conscientizar a população sobre a importância de respeitar os direitos das mulheres.
Cida Gonçalves deixou claro que a violência contra a mulher não deve ser tolerada em nenhum momento, nem mesmo no Carnaval, que tradicionalmente é um período de descontração e festas. Ela destacou a importância de fazer com que tanto homens quanto mulheres compreendam que agressões, até mesmo as mais sutis, não devem ser aceitas. “Encostar, assediar, qualquer tipo de agressão é inaceitável. O Carnaval é para ser uma festa de respeito”, afirmou.
A mobilização Feminicídio Zero será uma das maiores ações de conscientização, com destaque para a exibição de peças da campanha no Sambódromo da Sapucaí, no Rio de Janeiro, um dos principais palcos do Carnaval. Com uma expectativa de mais de 5 milhões de pessoas circulando pela área, as peças da campanha, que trazem o slogan Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada, estarão espalhadas por diversos pontos do sambódromo, com faixas, adesivos e outros materiais gráficos.
Além disso, a ministra ressaltou que a campanha também tem como objetivo mostrar que a luta contra a violência de gênero não deve ser responsabilidade apenas das mulheres. “É papel de todos os homens também. Eles precisam entender que o que não é consentido não é aceitável. Se a mulher não quer, não é não”, disse Cida.
A campanha Feminicídio Zero não se limita ao Carnaval. De acordo com a ministra, a mobilização é uma ação contínua e será levada para diferentes eventos ao longo do ano. A estratégia já foi aplicada em outros espaços, como estádios de futebol, e em breve será expandida para as festas juninas no Nordeste. A intenção é que, cada vez mais, as pessoas se envolvam e ajam para garantir que as mulheres possam participar de todos os espaços de forma segura, respeitada e com autonomia.
Além das ações de conscientização, Cida Gonçalves também falou sobre os investimentos para a construção e expansão das Casas da Mulher Brasileira, que são essenciais para o atendimento integral e humanizado das mulheres vítimas de violência. Essas casas oferecem diversos serviços, como apoio psicossocial, cuidados com as crianças, alojamento temporário, além de serviços legais e judiciais.
Atualmente, existem 10 unidades em funcionamento no Brasil, em estados como São Paulo, Ceará, Paraná, Mato Grosso do Sul, e no Distrito Federal. Em 2024, o Ministério das Mulheres destinou mais de R$ 389 milhões para fortalecer essas Casas e também outras iniciativas de enfrentamento à violência. Além disso, 37 novas Casas estão em processo de construção ou licitação, com a previsão de inauguração de 5 unidades ainda em 2024.
“Essas Casas foram criadas para evitar a ‘Via Crucis’ da mulher, onde ela precisa passar por vários órgãos e serviços diferentes. Na Casa da Mulher Brasileira, todos os serviços estão no mesmo lugar, e o atendimento é mais rápido e eficiente”, explicou Cida Gonçalves. A ministra destacou também que o tempo de resposta para a concessão de medidas protetivas foi significativamente reduzido, com algumas decisões sendo tomadas em menos de 48 horas, o que pode salvar vidas.
Além de tudo isso, o Ministério das Mulheres vem trabalhando com a implementação de políticas públicas de segurança e apoio à mulher, e Cida Gonçalves destacou a importância da Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180, disponível também pelo WhatsApp. Ela reafirmou que a medida protetiva, a denúncia e a confiança no sistema de proteção são fundamentais para garantir que as mulheres se sintam seguras para denunciar e buscar ajuda.
“Seja no Carnaval, no estádio de futebol, nas festas de rua ou nas escolas, nós estamos dizendo que as mulheres têm o direito de viver sem medo, de ter autonomia e de estarem onde quiserem. A luta é de todos nós”, concluiu a ministra.
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