Mato Grosso do Sul, 6 de julho de 2025
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Crime em Glória de Dourados: jovem que matou a mãe tem prisão preventiva decretada e polícia descarta esquizofrenia

Justiça homologa flagrante e autor será transferido ao sistema prisional; investigação confirma que Alfredo Henrique Oruê dos Santos agiu de forma consciente, sob efeito de drogas
Alfredo Henrique Oruê dos Santos, algemado, na Depac de Dourados (Foto: Leandro Holsbach)
Alfredo Henrique Oruê dos Santos, algemado, na Depac de Dourados (Foto: Leandro Holsbach)

A tragédia que abalou a pequena cidade de Glória de Dourados, em Mato Grosso do Sul, ganhou novos desdobramentos nesta sexta-feira, 4 de julho. O jovem Alfredo Henrique Oruê dos Santos, de 21 anos, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Estadual após confessar o assassinato brutal de sua própria mãe, Michelly Rios Midon Oruê, de 47 anos. O crime, cometido com pelo menos cinco golpes de faca, ocorreu na residência da família, e elevou para 18 o número de casos de feminicídio registrados no estado apenas neste ano.

Durante audiência de custódia realizada no fórum da comarca, o Poder Judiciário homologou o auto de prisão em flagrante e, acolhendo o parecer do Ministério Público, decretou a prisão preventiva do acusado. A medida foi tomada com base na gravidade dos fatos e na necessidade de garantir a ordem pública. Alfredo será transferido para o sistema penitenciário estadual nos próximos dias, onde aguardará o andamento do processo judicial.

Investigação desmonta versão sobre esquizofrenia

A Polícia Civil segue conduzindo as investigações, mas já descartou uma das alegações inicialmente disseminadas por membros da família de Alfredo: a de que ele sofreria de esquizofrenia. Após a prisão, investigadores ouviram o médico responsável pelo acompanhamento clínico do jovem, e o laudo verbal foi direto ao ponto. Segundo o profissional, Alfredo fazia tratamento apenas para ansiedade e depressão, não apresentando qualquer histórico ou diagnóstico compatível com esquizofrenia.

O esclarecimento é relevante para o processo, uma vez que o suposto transtorno poderia influenciar no julgamento da imputabilidade penal do acusado. Entretanto, com base nas declarações médicas e no comportamento do réu antes, durante e após o crime, a autoridade policial afirma que Alfredo Henrique estava em plena capacidade de discernimento e que sua ação foi deliberada. “Ele sabia exatamente o que fazia. Essa história de esquizofrenia é fake news”, declarou um investigador da equipe responsável, neste sábado, 5 de julho.

A sequência de um crime brutal

O crime ocorreu na quinta-feira, 3 de julho, após uma discussão entre mãe e filho. De acordo com o depoimento do próprio Alfredo à Polícia Civil, ele pretendia sair de casa para adquirir entorpecentes, mas foi impedido por Michelly, que tentou convencê-lo a permanecer no lar. Diante da negativa, ele reagiu com extrema violência, desferindo vários golpes de faca contra a mãe, que não resistiu aos ferimentos.

Após o crime, o jovem fugiu com o carro da família, um Renault Logan. Já na manhã seguinte, o veículo foi identificado por uma equipe da Rádio Patrulha da Polícia Militar, estacionado próximo a um conhecido ponto de venda de drogas na Rua Alegrete, bairro Jardim Jóquei Clube, em Dourados. Alfredo Henrique foi localizado dormindo no local. Preso em flagrante, confessou com riqueza de detalhes os momentos que antecederam e sucederam o homicídio.

Segundo os policiais, Alfredo teve uma recaída no uso de drogas após um período de abstinência. Embora tenha declarado estar sob efeito de substâncias psicoativas no momento do crime, os investigadores sustentam que ele possuía plena consciência de seus atos. A frieza com que narrou os acontecimentos, somada ao seu deslocamento até um ponto de tráfico logo após o assassinato, reforça a tese de que agiu movido por impulso e vício, mas sem qualquer condição clínica que justifique a inimputabilidade penal.

Michelly, mais uma vítima do feminicídio

Com a morte de Michelly Rios Midon Oruê, Mato Grosso do Sul atinge a marca de 18 feminicídios registrados em 2025. O caso traz à tona novamente o debate sobre a violência doméstica e as falhas nos sistemas de apoio e prevenção, especialmente quando se trata de dependência química em ambiente familiar. Michelly, segundo relatos, era uma mulher ativa, respeitada por vizinhos e amigos, e mantinha uma relação de luta constante para resgatar o filho das drogas.

O assassinato por um parente próximo, além da brutalidade, carrega um peso simbólico que reforça a necessidade de medidas mais efetivas de enfrentamento ao feminicídio, incluindo políticas públicas voltadas à saúde mental, combate às drogas e suporte às famílias em situação de vulnerabilidade.

O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Polícia Civil de Glória de Dourados. O inquérito deverá ser concluído nas próximas semanas e remetido ao Ministério Público, que decidirá sobre eventual denúncia por homicídio qualificado com agravantes que caracterizam o feminicídio.

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