O cenário das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em Mato Grosso do Sul mudou de figura em 2025. A dengue, que até pouco tempo era o principal motivo de preocupação nas unidades de saúde, deu uma trégua. Mas a notícia boa veio acompanhada de um alerta: os casos de Chikungunya dispararam e acenderam o sinal vermelho nas autoridades de saúde.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), houve uma redução de cerca de 43% nos casos prováveis de dengue, caindo de 11.708 em 2024 para 6.692 neste ano. Os casos confirmados também caíram, passando de 4.325 para 2.445, e o número de mortes caiu de 10 para 7. A incidência da doença também foi reduzida, de 424,7 para 242,8 casos a cada 100 mil habitantes.
Essa queda é atribuída a um esforço conjunto do governo estadual, com campanhas de prevenção, ações de vigilância mais eficazes e a vacinação que avançou em 2025, atingindo mais da metade do público-alvo com a primeira dose.
Mas enquanto a dengue recuava, a Chikungunya vinha ganhando espaço. Os casos prováveis cresceram de 3.679 no ano passado para 4.668 neste ano, um aumento de 27%. E o que mais preocupa é o salto nos casos confirmados, que passaram de 219 para 865, um aumento de quase 300%. A incidência também subiu para 169,3 casos por 100 mil habitantes e já foi registrada uma morte em 2025 — no ano anterior, não houve óbitos confirmados pela doença.
Municípios com maiores índices acendem o alerta
Municípios como Jateí, Selvíria, Sonora e Glória de Dourados lideram os índices de infestação e adoecimento pelas duas doenças. Jateí, por exemplo, apresenta um número assustador: mais de 6.900 casos por 100 mil habitantes tanto para dengue quanto para Chikungunya.
Bianca Modafari, enfermeira da gerência de Doenças Endêmicas da SES, destaca que o perigo não foi embora com a queda da dengue. Segundo ela, o mosquito ainda está presente e ativo, e os cuidados devem continuar da mesma forma para evitar novas infecções.
“Mesmo com a redução expressiva da dengue, o aumento da Chikungunya nos mostra que o vetor continua presente. É fundamental manter as ações de prevenção como eliminar recipientes que acumulam água, tampar caixas d’água e usar repelente para evitar novas infecções. São cuidados simples que protegem contra as duas doenças”, reforça Bianca.
Sintomas parecidos, mas com impactos diferentes
Para muita gente, dengue e Chikungunya são praticamente a mesma coisa. Mas não é bem assim. Embora transmitidas pelo mesmo mosquito e com sintomas parecidos, as duas doenças têm características diferentes e exigem atenção especial.
Na Chikungunya, a febre costuma surgir de forma mais repentina e a dor nas articulações é intensa, podendo durar semanas ou até meses. Já na dengue, a dor tende a ser mais muscular. Ambas podem causar manchas vermelhas na pele, mas só a dengue tem risco maior de evoluir para quadros hemorrágicos, principalmente se o paciente fizer uso de medicamentos inadequados.
A orientação da SES é clara: sentiu febre, dor no corpo, manchas ou qualquer sintoma estranho, procure uma unidade de saúde imediatamente. O diagnóstico precoce é a chave para um tratamento eficaz e para evitar complicações maiores.
Vacina ajuda, mas não resolve tudo sozinha
Mesmo com a chegada da vacina da dengue, os cuidados básicos ainda são essenciais. A vacina tem mostrado resultados positivos, mas ainda está sendo aplicada de forma gradual e em públicos específicos. Por isso, a limpeza de quintais, a retirada de recipientes com água parada e o uso de repelente continuam sendo medidas fundamentais para conter o avanço das doenças.
O momento é de alerta. A queda da dengue não significa que a guerra contra o Aedes aegypti acabou. Pelo contrário, com a Chikungunya em alta, a luta precisa ser redobrada. O mosquito é o mesmo, mas a ameaça agora mudou de nome.
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