O clima esquentou na Câmara dos Deputados depois de um episódio que ganhou os holofotes de Brasília e causou revolta entre parlamentares de vários partidos. O deputado federal Gilvan da Federal, do PL do Espírito Santo, virou alvo de um pedido de suspensão do mandato por seis meses após disparar ofensas graves contra a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que também é deputada licenciada.
Tudo começou durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública, na última terça-feira, dia 29. Gilvan pegou o microfone e, sem medir palavras, fez referência a Gleisi usando o termo “amante” — apelido que já circulou em delações da Odebrecht no passado, mas sem comprovação alguma. Para piorar, o deputado ainda afirmou em voz alta que quem recebia esse apelido “devia ser uma prostituta do caramba”, expressão que causou espanto até entre colegas de bancada.
O barraco foi imediato. O deputado Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, que é marido de Gleisi, partiu para o confronto verbal com Gilvan. O bate-boca tomou conta do plenário e a sessão acabou virando um campo de guerra verbal, com gritos, interrupções e protestos. Parlamentares de vários partidos pediram providências na hora.
No dia seguinte, a Mesa Diretora da Câmara não deixou barato. Liderada pelo presidente da Casa, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, o grupo encaminhou uma representação ao Conselho de Ética da Câmara pedindo a suspensão do mandato de Gilvan da Federal por seis meses. Segundo o documento oficial, o parlamentar teve conduta “incompatível com o decoro parlamentar”, usou da imunidade para agredir verbalmente e “violou os limites da liberdade de expressão”.
No texto da representação, a Mesa reforça que o deputado abusou de suas prerrogativas com “intenção clara de ferir a imagem da ministra Gleisi Hoffmann, fazendo insinuações ultrajantes, desonrosas e depreciativas”.
O pedido foi assinado por Hugo Motta e outros membros da direção da Câmara, como Elmar Nascimento (União-BA), Carlos Veras (PT-PE), Lula da Fonte (PP-PE) e Delegada Katarina (PSD-SE). Curiosamente, o vice-presidente da Casa, que é do mesmo partido de Gilvan, o PL, não assinou o pedido.
Agora, o caso está nas mãos do Conselho de Ética, que deve escolher um relator nos próximos dias. Dependendo do desfecho, Gilvan da Federal pode pegar uma suspensão de seis meses sem salário, nem direito a usar a estrutura da Câmara. A situação gerou grande repercussão dentro e fora do Congresso, especialmente por envolver ataques machistas e tentativas de descredibilizar uma ministra de Estado em pleno exercício do cargo.
Enquanto isso, Gilvan não demonstrou arrependimento e segue defendendo o que disse. Já a base do governo e parte da oposição cobram uma resposta firme, alegando que a liberdade de expressão não pode ser usada como escudo para calúnia e desrespeito.
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