Mato Grosso do Sul, 10 de junho de 2025
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Dólar recua a R$ 5,56 e atinge menor valor do ano com influência externa e expectativa por novo pacote fiscal

Divisa norte-americana registra queda de quase 10% em 2025, com mercado atento às propostas de Haddad sobre substituição do IOF e tributação de investimentos
Foto: Yasin AKGUL / AFP
Foto: Yasin AKGUL / AFP

Na tarde desta segunda-feira, o dólar encerrou o pregão em leve baixa e renovou seu menor valor nominal de fechamento em 2025, refletindo uma combinação de fatores externos e incertezas locais. A cotação da moeda norte-americana à vista caiu 0,13%, sendo negociada a R$ 5,5626, menor patamar desde 8 de outubro do ano anterior, quando fechou a R$ 5,5334. Desde o início do ano, a moeda dos Estados Unidos acumula desvalorização de 9,98% frente ao real.

O movimento de queda ocorreu após o dólar ensaiar uma retomada da marca de R$ 5,60 nas primeiras horas do dia. A cotação chegou a atingir a máxima de R$ 5,6000 por volta das 10h29, impulsionada pelas incertezas em torno de medidas fiscais que vêm sendo negociadas pelo Ministério da Fazenda e o Congresso Nacional. No entanto, ao longo da sessão, a tendência externa de desvalorização global da moeda americana acabou prevalecendo, resultando no fechamento em baixa.

No ambiente internacional, o dólar recuou frente à maioria das moedas globais, em um cenário de acomodação nas negociações entre Estados Unidos e China. O índice DXY, que mede o desempenho da divisa frente a uma cesta de seis moedas fortes, caía 0,13% no final da tarde, marcando 98,985 pontos. O iene japonês, o euro e a libra esterlina apresentaram leve valorização frente à moeda americana.

No mercado futuro da B3, o dólar com vencimento em julho, que concentra maior liquidez no momento, cedia 0,12%, sendo negociado a R$ 5,5855 às 17h45. Já nas cotações comerciais, a moeda foi comprada a R$ 5,562 e vendida ao mesmo valor. O dólar turismo, por sua vez, era cotado a R$ 5,785 para compra e R$ 5,605 para venda.

No cenário doméstico, o foco dos investidores seguiu voltado para o pacote de medidas fiscais em construção pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No domingo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ter alcançado um entendimento com líderes do Congresso Nacional para a “recalibragem” do recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado no mês passado.

Entre as propostas ventiladas estão a cobrança de 5% de Imposto de Renda sobre investimentos hoje isentos, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e debêntures incentivadas. Esses papéis são amplamente utilizados para financiar setores estratégicos da economia como o agronegócio, habitação e infraestrutura.

Além disso, o governo deverá propor a unificação da alíquota de Imposto de Renda sobre rendimentos de aplicações financeiras, atualmente variando de 15% a 22,5%, para um percentual fixo de 17,5%. Outra mudança relevante incluirá o aumento da tributação sobre empresas de apostas eletrônicas, com elevação de 12% para 18% sobre o faturamento, descontados os prêmios pagos e o IR incidente.

Haddad também revelou que o governo pretende negociar com o Congresso uma redução mínima de 10% nos incentivos fiscais não previstos na Constituição, medida considerada fundamental para o reequilíbrio fiscal e a manutenção das metas de resultado primário.

Apesar das declarações do ministro, a ausência de detalhes técnicos sobre as mudanças sugeridas trouxe cautela ao mercado. O receio em torno da efetividade das medidas para garantir o equilíbrio das contas públicas fez com que muitos investidores optassem por posições neutras durante a sessão, à espera de definições mais concretas.

Ainda na parte da manhã, o Banco Central realizou operação de rolagem e vendeu integralmente a oferta de 35 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento previsto para 1º de julho de 2025. A ação serviu para garantir a liquidez do mercado e reforçar a sinalização de estabilidade do câmbio, diante de um cenário ainda volátil e de muitas incertezas sobre o futuro fiscal do país.

O fechamento em baixa da moeda norte-americana, mesmo diante da volatilidade observada ao longo do dia, representa um respiro para o real e, por consequência, para os preços de produtos e insumos importados. No entanto, especialistas alertam que o comportamento do câmbio nos próximos dias dependerá diretamente da clareza e da recepção das novas propostas fiscais por parte do mercado e do Congresso Nacional.

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