A cidade de Mundo Novo, em Mato Grosso do Sul, foi palco de um crime que expôs uma história de sofrimento e abuso dentro de uma família. Daniela Moraes de Souza, de 22 anos, foi presa após matar o próprio pai, Daniel Pereira de Souza, de 47 anos, com uma facada no peito na noite de segunda-feira, 17 de março. A jovem revelou que foi vítima de estupros cometidos pelo pai durante anos e que, no momento do crime, não teve intenção de matá-lo.
A polícia confirmou que Daniel já tinha um longo histórico criminal. Em 2006, ele foi condenado por estupro de vulnerável contra a enteada, crime pelo qual cumpriu pena. Além disso, relatos de vítimas e vizinhos indicam que ele também cometeu agressões físicas contra familiares e ameaçou várias pessoas ao longo dos anos.
Discussão e o momento do crime
De acordo com testemunhas, Daniela e o pai começaram a discutir dentro de casa, no Bairro Fleck. O motivo inicial teria sido uma dívida, mas a situação escalou rapidamente. A jovem, que estava sob efeito de álcool, pegou uma faca e desferiu um golpe no peito do pai.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e encontrou Daniel ainda com vida, mas ele não resistiu ao ferimento e morreu ao dar entrada no hospital da cidade. Daniela foi presa em flagrante e, ao prestar depoimento, revelou os abusos sexuais que sofria há anos.
Histórico criminal do Pai
Daniel Pereira de Souza já tinha passagem pela polícia por vários crimes. Além da condenação por estupro de vulnerável em 2006, ele acumulava histórico de violência doméstica e comportamento agressivo. Testemunhas afirmam que ele ameaçava constantemente mulheres da família e já esteve envolvido em brigas na região onde morava.
A polícia agora investiga se Daniela pode ter sido mais uma vítima do comportamento violento do pai e se o crime pode ser enquadrado como legítima defesa ou um ato de desespero após anos de abuso.
Investigação e possíveis consequências
O delegado Alex Junior da Silva, responsável pelo caso, solicitou a prisão preventiva de Daniela até que todas as provas sejam analisadas. No entanto, a defesa da jovem pode argumentar que ela agiu sob forte trauma psicológico, o que pode influenciar no julgamento.
O caso gerou grande repercussão na cidade e levantou discussões sobre abuso sexual dentro da família, violência doméstica e os impactos psicológicos nas vítimas. A Justiça agora precisará avaliar todas as provas e depoimentos para decidir o destino de Daniela.
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