Mato Grosso do Sul, 11 de maio de 2025
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Grupo preso nas Olimpíadas do Rio foi o primeiro a ser condenado por terrorismo no Brasil

Nesta quarta-feira (8), a Polícia Federal deflagrou uma operação contra suspeitos de planejar ataques terroristas ligados ao grupo radical libanês Hezbollah
Investigação aponta que prédios da comunidade judaica seriam alvos de ataques
Investigação aponta que prédios da comunidade judaica seriam alvos de ataques

A operação deflagrada nesta quarta-feira (8) pela Polícia Federal contra brasileiros ligados ao Hezbollah, que planejavam atacar prédios da comunidade judaica no Brasil, é mais uma tentativa de investigar ameaças de atentados terroristas promovidos por grupos radicais. Em 2016, durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, 11 suspeitos foram presos acusados de planejar ataques ao evento. Oito deles foram julgados, no que viria a ser a primeira condenação por terrorismo no país.

As prisões da ação antiterror, conduzidas pela Operação #Hashtag, foram realizadas no Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul em 21 de julho de 2016. Na época, o então ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, informou que o serviço de inteligência do governo detectou que o grupo preso passou de simples comentários, via Telegram e Whatsapp, para, de fato, “atos preparatórios” de ataques.

De acordo com o ministro, integrantes do grupo terrorista fizeram juramento de lealdade ao Estado Islâmico pela internet. Um deles teria entrado em contato com um site no Paraguai para comprar um fuzil AK 47. O grupo também trocou mensagem comemorando os atentados em Nice, na França, no dia 14 de julho, que matou 84 pessoas.

Houve um primeiro contato com o Estado Islâmico. Houve um juramento. Na sequência, houve uma série de atos preparatórios. Depois, esse grupo passou a entender que, com as Olimpíadas, o Brasil poderia se tornar uma alvo relatou Moraes, na época.

Segundo a Justiça Federal, quebras de sigilo de dados e telefônicos revelaram indícios de que os investigados preconizam a intolerância racial, de gênero e religiosa, além do uso de armas e táticas de guerrilha para alcançar seus objetivos.

Após as ameaças, o FBI (Polícia Federal americana), a CIA (o serviço de inteligência dos Estados Unidos) e Mossad (serviço secreto de Israel), além de agentes de mais de 50 países ajudaram o Brasil a monitorar a segurança dos Jogos. As investigações também contaram com apoio do centro antiterrorismo internacional, com especialistas de países como EUA, Grã-Bretanha, França e Espanha.

Oito réus foram condenados

A Lei de Terrorismo sancionada em 2016 foi a base para a condenação de oito réus presos na Operação Hashtag. Os envolvidos responderam, entre outros crimes, por promoverem a recrutamento de pessoas para o Estado Islâmico, organização terrorista com forte presença no Oriente Médio.

O juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal do Paraná, explicou que os réus criaram comunidades virtuais no Facebook e em aplicativos de mensagens instantâneas para defender a supremacia da religião islâmica e o desprezo e a discriminação de quem integre grupo com visões de mundo, étnica, religiosa, estética ou sexual distintas. Os réus negavam prática terrorista na internet.

Os crimes previstos na Lei de Terrorismo são equiparados a hediondos, considerados inafiançáveis, insuscetíveis de graça, anistia ou indulto, e o cumprimento da pena para esses crimes se dá inicialmente em regime fechado, independentemente de trânsito em julgado da condenação.

Entenda a Operação Trapiche

Nesta quarta-feira (8), a Polícia Federal deflagrou uma operação contra suspeitos de planejar ataques terroristas ligados ao grupo radical libanês Hezbollah. Dois homens foram presos e 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. Segundo os investigadores, eles eram financiados e foram aliciados pelo Hezbollah. Os dois presos são brasileiros e há outros dois alvos de pedido de prisão que estão no Líbano.

Conforme divulgado pela colunista Bela Megale, o grupo planejava promover atentados contra prédios da comunidade judaica no Brasil, inclusive sinagogas, aponta a investigação. Os dois presos são brasileiros e há outros dois alvos de pedido de prisão que estão no Líbano.

O gabinete do primeiro-ministro de Israel repercutiu nas redes sociais a prisão de brasileiros ligados ao Hezbollah e que planejavam fazer um ataque terrorista contra judeus no Brasil.

“Os serviços de segurança brasileiros, juntamente com o Mossad [agência de inteligência e operações especiais de Israel] e os seus parceiros na comunidade de segurança israelense, juntamente com outras agências de segurança internacionais, frustraram um ataque terrorista no Brasil, planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigida e financiada pelo Irã”.

A declaração foi publicada no perfil oficial do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no X, antigo Twitter.

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