Condenadas por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, Vildete Ferreira da Silva Guardia e Iraci Megume Nagoshi voltaram à prisão na última semana. Moradoras da região metropolitana de São Paulo, elas, que são amigas, foram as mulheres mais velhas presas em flagrante logo após os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Atualmente, Vildete tem 73 anos e Iraci, 71.
As prisões foram efetuadas pela Polícia Federal, na mais recente fase da operação Lesa Pátria. As ordens de prisão partiram do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator dos casos relacionados ao episódio no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa determinação trata-se de uma formalização das condenações feitas pelo plenário da Corte, em sessões virtuais realizadas nos últimos meses.
Vildete foi condenada a 11 anos e 11 meses de prisão, além do pagamento de multa. Ela respondeu por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada. Já Iraci foi condenada a 14 anos de prisão pelos mesmos crimes, além de concurso material e de pessoas.
A defesa de ambas já entrou com pedidos de liberdade. O advogado Jaysson França aponta que as prisões foram feitas “ao arrepio da Constituição Federal”, tendo em vista que não teria sido respeitado o trânsito em julgado da condenação, pois ainda está pendente de julgamento de recurso, além de não ter sido fornecido à Defesa o acesso à decisões que determinaram as prisões.
O advogado destaca ainda os problemas de saúde das idosas. Vildete sofre de asma brônquica, tem síndrome ventricular periférica e descobriu recentemente um tumor (defesa não especifica onde). Já Iraci tem fratura grave no fêmur esquerdo devido uma queda, além de foco infeccioso e disfunção renal.