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Mato Grosso do Sul, 2 de maio de 2024
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Liderança Yanomami abre segundo dia da Conferência Nacional de Cultura

“A cultura Yanomami é diferente. Falamos a língua Yanomami. E o homem branco, só quer uma cultura. Só o português para ele é bom. Mas nós, o povo originário do Brasil, não queremos separar, não
Davi Kopenawa Yanomami
Davi Kopenawa Yanomami

Uma das maiores lideranças indígenas do País, Davi Kopenawa abriu, nesta terça-feira (5/3), o segundo dia da programação da 4ª Conferência Nacional de Cultura (4ª CNC). Com uma fala inspiradora, ele destacou a importância deste momento para defender a preservação da cultura, das tradições e das línguas dos povos originários. “Estamos aqui, conversando com a sociedade e o governo, para nos juntarmos para recuperar as culturas ameaçadas”, afirmou.

Ele celebrou a diversidade da Conferência, que trouxe para o debate questões importantes relacionadas aos povos originários e garantiu a presença de representantes indígenas no evento. “Estou encontrando os meus amigos de luta e guerreiros da nossa floresta amazônica. A liderança antepassada já lutou muito, agora nós continuamos a luta para viver bem, com saúde, alegria, dançando, falando nossas próprias línguas e preservando o lugar onde nascemos. A cultura do povo indígena já está quase acabando, porque os brancos são destruidores”, completou.

Para Kopenawa, a preservação das florestas, o combate ao garimpo ilegal e a proteção às terras indígenas são ações indispensáveis quando se fala em cultura dos povos originários. “Hoje, estamos cercados pelo a homem branco. Nós, povo indígena, estamos quase perdendo as nossas terras. Desde pequenos, estamos sempre lutando forte, sem medo, porque é a terra que nossa alimente, onde nascemos e vivemos. Então, temos o direito de defender, o direito de preservar a natureza. A nossa cultura é a terra, a floresta, as cachoeiras, a água limpa. Sem cultura, não tem vida”.

A liderança indígena citou ainda a preservação das línguas como outra demanda essencial para seu povo: “A cultura Yanomami é diferente. Falamos a língua Yanomami. E o homem branco, só quer uma cultura. Só o português para ele é bom. Mas nós, o povo originário do Brasil, não queremos separar, não. Nós só queremos continuar a falar a nossa língua própria, materna e originária”, finalizou.

Davi kopenawa

É xamã, líder político do povo Yanomami e ativista na defesa dos povos indígenas e da floresta amazônica, além de autor, roteirista, produtor cultural e palestrante. Também preside a Hutukara Associação Yanomami, que desenvolve projetos em defesa do território contra garimpeiros e outros invasores, assim como pela melhoria das condições de saúde e educação do povo Yanomami.

Tem um trabalho reconhecido na defesa dos povos originários, mas também do meio ambiente, da diversidade cultural e dos direitos humanos. É autor da obra A queda do céu – palavras de um xamã yanomami (2010), em coautoria com o antropólogo francês Bruce Albert.

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