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Mato Grosso do Sul, 7 de outubro de 2024
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Pista de avião clandestina usada por brasileiros é descoberta no Paraguai

Estrutura foi encontrada em meio à vegetação na área rural da cidade de Corpus Christi, a aproximadamente 200 km de Foz do Iguaçu

Em nova fase da Operação Ignis, a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai e a Polícia Federal do Brasil encontraram as bases esquemas logísticos que sustentavam a estrutura criminosa liderada por Felipe Santiago Acosta Riveros, conhecido como “Macho”.

A operação resultou na realização de 10 buscas em pontos estratégicos do departamento, sendo uma delas localizada em uma área rural de Corpus Christi, distrito paraguaio localizado no departamento Canindeyú, a 37 km da fronteira com o Mato Grosso do Sul.

O primeiro ponto de intervenção foi na localidade de Brítez Cue, onde 8 buscas foram conduzidas para localizar colaboradores e operadores logísticos associados à estrutura criminosa.

Embora as operações não tenham resultando em prisões, o ritmo das intervenções culminou em ordens de captura para pessoas próximas à estrutura criminosa, além da apreensão de evidências cruciais para a investigação.

A outra ação tática significativa concentrou-se na área de Corpus Christi, onde bases logísticas estratégicas da organização criminosa foram atacadas. Durante a operação, uma pista clandestina em preparação para atividades de tráfico aéreo foi detectada.

Próximo a esse ponto, também foi encontrada uma residência utilizada como base pela facção criminosa, onde eram planejados diversos crimes, incluindo assaltos, extorsões, assassinatos por encomenda e tráfico de drogas.

Antecedentes

No dia 19 de novembro, seis dos nove pistoleiros mortos durante a operação foram identificados. O confronto ocorreu durante buscas no âmbito da Operação Ignis, deflagrada pela Senad e Polícia Federal contra a quadrilha liderada por “Macho”. Outros nove membros da escolta foram presos, mas “Macho” conseguiu escapar.

Entre os seis já identificados está o brasileiro Alexandre Diamantino de Oliveira. Os outros são os paraguaios Timoteo Leguizamon Báez, o irmão dele Adalberto Leguizamon Báez, Elvio Ramón Vera Rivarola, Rodi Ramón Espinola Amarilla e Hugo Velazco.

Os corpos foram transferidos do necrotério de uma universidade de Salto Del Guairá para Asunción. Três mortos ainda não foram identificados, mas acredita-se que sejam brasileiros, sendo a Senad em contato com o Comando Tripartido para obter informações.

Na quarta-feira (20), os dez presos na Operação Ignis foram transferidos para a capital paraguaia. Entre eles está o brasileiro Ricardo Luiz Picolotto, conhecido como “R7”, sócio de “Macho” e responsável pelo fornecimento de armas a facções criminosas brasileiras. Picolotto foi preso em sua residência em Salto del Guairá.

Quem é Picolotto

Ricardo Luiz Picolotto foi preso sob a suspeita de tráfico de drogas e armas no dia 19 de dezembro. Conforme a polícia, ele era responsável pela organização logística de um grupo criminoso que oferecia armas e drogas para facções atuante no Rio de Janeiro e São Paulo.

Além de Picolotto, outras 10 pessoas foram detidas, e nove foram mortas em confronto com a polícia. O grupo pelo qual Picolotto é suspeito de envolvimento é investigado por participação em assassinato de policiais paraguaios e brasileiros.

Durante a operação em que Picolotto foi preso, foram apreendidos armamentos pesados – alguns capazes de derrubar aeronaves e perfurar blindagem veicular.
Polícia divulgou que nas armas apreendidas havia a sigla IAS-PY que se refere à empresa de Diego Hernan Dirísio – apontado pela Polícia Federal brasileira como o maior contrabandista de armas da América do Sul.

Da mesma forma, a polícia afirma ter encontrado documentos falsos, rádios comunicadores, joias, colete à prova de bala e munição.

Quem é Diego Dirísio

Em 5 de dezembro, em Assunção, no Paraguai, Diego Dirísio foi o principal alvo de uma operação contra um grupo suspeito de entregar 43 mil armas para os chefes das maiores facções do Brasil, movimentando R$ 1,2 bilhão. Na ocasião, ele não foi localizado.

Segundo as investigações, Dirísio compra armas fabricadas em países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia, para revender a criminosos brasileiros.

Funcionamento da organização criminosa

De acordo com a investigação, o grupo integrado pelo paranaense é chefiado por um paraguaio conhecido como “Macho”.

Segundo a investigação, a organização se caracteriza por ações de extrema violência contra facções rivais e contra policiais.

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