Integrantes da Polícia Federal (PF) afirmam, sob reserva, que a investigação encontrou provas que confirmam os depoimentos dos ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, brigadeiro do ar Carlos Baptista Junior.
Eles apresentaram detalhes de reuniões envolvendo os ex-comandantes das três Forças Armadas e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para discutir termos para uma suposta tentativa de golpe.
Os ex-chefes do Exército e da Aeronáutica prestaram depoimento na condição de testemunhas e, por essa razão, não precisaram entregar celulares ou computadores para serem periciados como aconteceu com outros interrogados que foram alvos de mandatos de busca e apreensão.
Entretanto, fontes ligadas à investigação afirmam que as revelações feitas pelos militares são corroboradas por provas produzidas pela investigação, como arquivos extraído de celulares e computadores apreendidos na Operação Tempo da Verdade, a delação do ex-ajudante de ordens da presidência, tenente-coronel Mauro Cid e uma série dados colhidos e cruzados na apuração.
Por isso, a Polícia Federal descarta, no momento, novos depoimentos de investigados que já foram convocados, mas optaram por permanecer em silêncio.
Na última segunda-feira (18), a defesa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ele possa prestar um novo depoimento e ainda aventou a possibilidade de uma acareação entre Torres e os ex-comandantes.
O ex-ministro é apontado como um “consultor jurídico” das minutas golpistas. No pedido à Corte, a defesa alega que um novo depoimento é necessário para esclarecer as falas dos ex-comandantes à PF.
Já o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, contestou a interlocutores a versão de que ele teria colocado tropas à disposição de um plano de golpe ou que participou de reuniões sobre documentos com termos golpistas.