O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu nesta terça-feira o aumento do comércio em moedas nacionais para minimizar os “riscos políticos externos” das operações lastradas no dólar, antes do início da reunião de cúpula dos Brics em Kazan. Putin apresentou à ideia durante uma reunião com a ex-presidente do Brasil e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD, também conhecido como Banco do Brics), Dilma Rousseff, que se mostrou favorável a ideia.
Um aumento dos pagamentos em moedas nacionais torna possível minimizar os riscos políticos externos disse Putin, o anfitrião do encontro dos países em desenvolvimento, durante a conversa com Dilma.
A ex-presidente brasileira demonstrou apoio à ideia de aumentar o comércio entre os países por meio de moedas nacionais durante o encontro com Putin. Além do mandatário russo, participaram da reunião a presidente do Banco Central Russo, Elvira Nabiulina, e do chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.
No momento, os países do Sul Global têm uma grande necessidade de financiamento, mas as condições para obtê-lo são muito complicadas afirmou Dilma, segundo suas declarações traduzidas para o russo.
A Rússia é alvo, desde o início da ofensiva na Ucrânia em 2022, de sanções ocidentais, em particular financeiras, e o presidente russo pede com frequência a redução da dependência da economia russa do dólar, uma moeda considerada “tóxica” por Moscou. O estabelecimento de um sistema de pagamentos internacional permitiria competir com o Swift (Sociedade para Telecomunicações financeiras Interbancárias Mundiais), do qual a maioria dos bancos russos foi excluída.
O banco dos Brics foi criado como alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, duas instituições controladas pelos países ocidentais.