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Saiba quem é Marwan Issa, um dos líderes do grupo terrorista Hamas que foi morto por Israel

Morte de líder militar em ataque israelense foi confirmada por autoridade do governo americano; terrorista trabalhou no conselho militar e no gabinete político de grupo
Marwan Issa, vice-comandante do braço militar do grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e suposto mentor por trás do ataque de 7 de outubro
Marwan Issa, vice-comandante do braço militar do grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e suposto mentor por trás do ataque de 7 de outubro

Marwan Issa, vice-comandante do braço militar do grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e suposto mentor por trás do ataque de 7 de outubro em Israel, foi confirmado como morto na segunda-feira, 18, por um alto funcionário do governo americano depois de um ataque aéreo de Israel há mais de uma semana.

Jake Sullivan, o conselheiro nacional de segurança dos Estados Unidos, falou a jornalistas que Issa, um dos oficiais mais altos do grupo terrorista Hamas, foi morto. O contra-almirante Daniel Hagari disse em 11 de março que os aviões de guerra do exército israelense tiveram como alvo Issa e outro oficial sênior do grupo terrorista Hamas, em um complexo subterrâneo no centro de Gaza.

Com a sua morte, Issa, que estava entre os homens mais procurados por Israel, tornou-se o mais alto funcionário do grupo terrorista Hamas a ser morto em Gaza desde o início da guerra. Oficiais israelenses caracterizaram o ataque como um avanço em sua campanha para eliminar as lideranças do grupo terrorista Hamas em Gaza.

Mas especialistas alertam que sua morte não teria um efeito devastador na estrutura de comando do grupo terrorista Hamas. Israel matou líderes políticos e militares do grupo terrorista Hamas no passado, apenas para vê-los sendo substituídos rapidamente.

Qual era a função de Issa no grupo terrorista Hamas?

Issa, que tinha 58 ou 59 anos no momento de sua morte, atuou desde 2012 como vice de Mohammed Deif, chefe das Brigadas Qassam, o braço armado do grupo terrorista Hamas. Issa assumiu a função depois do assassinato de outro comandante, Ahmed al-Jabari.

Issa trabalhou tanto no conselho militar do Hamas quanto no seu gabinete político em Gaza, supervisionado por Yahya Sinwar, o oficial de mais alta patente no enclave. Issa era descrito por analistas palestinos e ex-oficiais de segurança de Israel como um importante estrategista que desempenhou um papel fundamental na ligação entre militaress e líderes políticos do Hamas.

Salah al-Din al-Awawdeh, um analista político próximo ao grupo terrorista Hamas, descreveu a posição de Issa no grupo como “parte do front da liderança militar”. O major-general Tamir Hayman, ex-chefe de inteligência militar de Israel, disse que Issa era simultâneamente o “ministro da Defesa” do grupo terrorista Hamas, seu vice-comandante militar e seu “mentor estratégico”.

O que sua morte significa para o grupo terrorista Hamas?

Especialistas descreveram Issa como um importante associado de Deif e Sinwar, embora afirmassem que sua morte não representava uma ameaça à sobrevivência do grupo. “Sempre há uma substituição”, disse Awawdeh. “Eu não acho que o assassinato de qualquer membro do braço militar terá algum efeito em suas atividades.”

Michael Milshtein um ex-oficial da inteligência militar de Israel e um especialista em relações palestinas, disse que a morte de Issa foi um golpe significativo para as Brigadas Qassam, embora tenha admitido que não foi “o fim do mundo” para o Hamas.

“Ele tinha muita experiência”, disse Milshtein. “Sua morte foi uma grande perda para o Hamas, mas não é uma perda que irá levar ao seu colapso e não terá efeitos por muito tempo. Em uma semana ou duas, eles vão se recuperar disso.”

Milshtein acrescentou que mesmo que a opinião de Issa tinha valor para os mais altos níveis do grupo terrorista Hamas, o fato de que ele não comandava diretamente os terroristas significa que sua morte não deixou uma lacuna nas operações do grupo.

Como ele era descrito?

Issa era um membro menos conhecido do alto escalão do grupo terrorista Hamas, mantendo-se discreto e raramente aparecendo em público.

Gerhard Conrad, um antigo agente da inteligência alemão que conheceu Issa mais de uma década atrás, descreveu-o como uma pessoa “decisiva e quieta”, sem carisma. “Ele não era muito eloquente, mas sabia o que dizer, e ia direto ao ponto”, disse Conrad.

Conrad disse que ele encontrou Issa, al-Jabari e Mahmoud al-Zahar, outro oficial sênior do grupo terrorista Hamas, cerca de 10 vezes entre 2009 e 2011 na Cidade de Gaza. Eles se reuniram como parte de um esforço para intermediar uma troca de prisioneiros entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

“Ele era o dono dos dados sobre os prisioneiros”, disse Conrad sobre Issa. “Ele tinha todos os nomes para serem negociados.” Conrad, no entanto, disse que era evidente na época que Issa era subordinado de al-Jabari. “Ele era uma espécie de chefe de gabinete”, disse.

Foi apenas depois do assassinato de al-Jabari’s que a notoriedade de Issa cresceu, mas ele fazia questão de ficar fora de vista. Poucas imagens dele estão sob domínio público.

Awawdeh, o analista, chamou Issa um homem que parecia gostar de “permanecer nas sombras” e que raramente dava entrevistas à imprensa.

Em uma das raras conversas com a mídia, Issa falou em 2021 sobre sua função em conversas indiretas que resultaram na troca de Israel por mais de mil prisioneiros palestinos por um único soldado israelense, o sargento Gilad Shalit, e suas expectativas sobre um futuro conflito com Israel.

“Mesmo que a resitência na Palestina seja monitorada pelo inimigo todas as horas, ela irá surprender o inimigo”, declarou ao Al Jazeera naquela época. Em uma entrevista diferente para uma publicação do Hamas em 2005, Issa elogiou militares que fizeram uma incursão em colonatos israelenses e bases militares, chamando as ações de “heróicas” e uma “atividade avançada”.

O que se sabe sobre sua vida?

Issa nasceu em Bureij, região central de Gaza, em 1965, mas sua família vem do que é hoje a região de Ashkelon em Israel.

Membro do grupo terrorista Hamas por décadas, ele esteve envolvido com o grupo que perseguiu palestinos que se acreditavam que tinham colaborado com Israel, segundo Awawdeh. Issa passou tempo em prisões operadas tanto por Israel quanto pela Autoridade Palestina.

Hagari, o porta-voz do exército de Israel, disse que Issa ajudou a planejar o ataque liderado pelo grupo terrorista Hamas em 7 de outubro contra Israel. Acredita-se também que Issa planejou operações destinadas a se infiltrar nos assentamentos israelenses durante a segunda intifada nos anos 2000, segundo Milshtein.

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