Mato Grosso do Sul, 9 de maio de 2025
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Tarifaço nos EUA pode prejudicar exportações do agro brasileiro e reduzir ganhos do setor

Com sobretaxa de 10% sobre importações, produtos como suco de laranja, carne bovina e café podem perder espaço no mercado americano
Foto: Freepik
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A decisão do governo dos Estados Unidos de aumentar as tarifas de importação sobre produtos agrícolas pode trazer um impacto significativo para o agronegócio brasileiro. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump, prevê uma sobretaxa de 10% sobre as importações vindas do Brasil, o que pode minar a competitividade dos produtores nacionais no terceiro maior destino das exportações do setor.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) alertou que essa mudança pode afetar diretamente os rendimentos dos agricultores brasileiros, tornando seus produtos menos competitivos em relação à produção doméstica americana. No caso do suco de laranja, por exemplo, a produção nos Estados Unidos poderá ganhar vantagem e reduzir as compras do produto brasileiro.

Aumento de tarifa afeta vários setores do agronegócio

Antes da decisão, os produtos do agronegócio brasileiro tinham uma alíquota média de 3,9% sobre o valor importado pelos Estados Unidos. Com a sobretaxa, essa alíquota sobe para 13,9%, tornando mais difícil para o Brasil competir com outros fornecedores.

A medida não afeta apenas o Brasil. Outros países também sofrerão impactos, mas em níveis diferentes. A União Europeia, por exemplo, terá produtos agrícolas taxados em 20%, tornando o impacto sobre o bloco ainda mais severo. Mesmo assim, o Brasil pode perder espaço dentro do mercado americano para países que mantiveram taxas mais baixas.

Atualmente, os Estados Unidos são o terceiro maior comprador de produtos agrícolas brasileiros, atrás apenas da China e da União Europeia. Em 2024, o país recebeu 7,4% das exportações do setor agropecuário brasileiro, totalizando US$ 12,1 bilhões, o que equivale a 30% das exportações totais do Brasil.

Entre os principais produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, os destaques são:

  • Café verde – 17% das exportações
  • Suco de laranja – um dos mais afetados pela nova tarifa
  • Carne bovina processada – exposta à alta dependência do mercado americano
  • Óleo de soja – enfrenta concorrência direta com produtores locais

Além disso, outros produtos como sebo bovino, papel e celulose, couros e peles, álcool etílico e madeira perfilada também serão impactados, com dificuldades para absorção em outros mercados.

Setores mais vulneráveis podem ter perdas expressivas

A CNA alerta que a sobretaxa pode ser desastrosa para alguns setores, principalmente para produtos que não conseguem facilmente redirecionar suas exportações para outros países.

Os casos mais críticos incluem a carne bovina industrializada, suco de laranja, etanol e óleo de soja, pois são produtos que os Estados Unidos também produzem internamente. Como o novo imposto favorece a produção local, a tendência é que as importações brasileiras sejam reduzidas.

Ainda assim, a entidade avalia que é cedo para calcular o tamanho real das perdas, já que a alteração tarifária afeta diversos países e pode gerar um efeito cascata no mercado global.

Brasil pode buscar negociações para evitar prejuízos

A CNA reforça que, neste momento, o mais importante é que o governo brasileiro busque negociações diplomáticas com os Estados Unidos, para tentar reduzir o impacto da medida sobre os produtos nacionais.

Caso não haja avanços nessa tentativa, há a possibilidade de o Brasil adotar medidas retaliatórias contra os Estados Unidos, como a PL da Reciprocidade, que prevê a imposição de tarifas semelhantes sobre produtos americanos que entram no mercado brasileiro.

Além disso, há o risco de novas rodadas de sobretaxas, caso os Estados Unidos considerem que as tarifas recém-anunciadas não foram suficientes para proteger seus produtores.

Futuro das exportações brasileiras nos EUA segue incerto

O tarifaço pode trazer um impacto expressivo para o agronegócio brasileiro, que já enfrenta desafios como concorrência global acirrada, instabilidade no mercado cambial e custos elevados de produção.

Se as exportações brasileiras perderem espaço no mercado americano, será necessário buscar novos compradores ou investir em alternativas para compensar a perda de competitividade.

Por enquanto, o setor agropecuário segue acompanhando de perto as negociações e avaliando os possíveis cenários para minimizar os impactos da nova medida.

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