O tatuador Leandro Coelho, de 34 anos, que ficou cego após ser atacado com soda cáustica em 2023, foi preso em Campo Grande, acusado de violência doméstica contra sua ex-companheira. Ele nega as acusações e afirma que foi sua ex quem invadiu sua casa de forma agressiva, mas acabou detido porque ela já havia solicitado medidas protetivas contra ele.
O caso aconteceu no dia 31 de janeiro, quando Leandro recebeu uma amiga que lhe entregava uma encomenda de perfume. Sua ex-namorada, que mora na casa ao lado, teria visto a cena e reagido de forma inesperada. Segundo o tatuador, ela pulou o muro e entrou gritando em sua residência, fazendo ameaças. O clima ficou tenso e, posteriormente, ela acionou a polícia, que prendeu Leandro por supostamente desrespeitar a medida protetiva.
“Como vou ficar 300 metros longe dela se moramos lado a lado?”
Leandro alega que sua prisão foi injusta, pois ele não teve qualquer atitude violenta e não sabia que a medida protetiva poderia resultar em sua prisão imediata. Ele foi detido na noite de quinta-feira (6) e solto na manhã seguinte, mas a polêmica não acabou. Amigos e familiares se mobilizaram nas redes sociais para denunciar a suposta injustiça e pedir revisão do caso. Advogados de defesa também já se manifestaram afirmando que buscarão reverter a decisão judicial.
A tragédia que mudou sua vida
O tatuador ganhou repercussão nacional em fevereiro de 2023, quando foi brutalmente atacado pela ex-namorada no Jardim Aero Rancho, em Campo Grande. Naquela noite, ele voltava da academia de moto e parou para conversar com ela. De repente, foi surpreendido com um líquido atirado em seu rosto, causando uma dor insuportável.
A substância corrosiva queimou sua pele e olhos, e ele tentou dirigir por alguns metros até pedir ajuda. Lavou o rosto com a água de uma mangueira na casa de um desconhecido, mas já era tarde: sua visão escureceu para sempre. Desde então, Leandro precisou reconstruir sua vida sem enxergar, enfrentando desafios diários e se adaptando à nova realidade. Ele precisou recomeçar sua carreira profissional e aprender a lidar com sua nova condição, contando com apoio de familiares e amigos.
O passado e o presente se cruzam
O caso recente de sua prisão levanta questões delicadas sobre a relação entre Leandro e sua ex. Depois de ter sido a vítima de um ataque cruel que o deixou cego, ele agora se vê como acusado de violência. A ex, que antes estava no papel de agressora, agora conseguiu uma medida protetiva contra ele, o que impede a aproximação.
Amigos e conhecidos do tatuador afirmam que ele tem sido vítima de perseguição por parte da ex e que sua detenção foi uma armadilha para prejudicá-lo. Entretanto, a defesa da ex-namorada argumenta que as medidas protetivas foram solicitadas por temer represálias e que a Justiça agiu dentro da legalidade.
Investigação e desdobramentos
A polícia investiga os acontecimentos e o caso segue na justiça. O advogado de Leandro já protocolou um pedido de revisão da decisão e sustenta que ele jamais descumpriu intencionalmente qualquer ordem judicial. O processo deve seguir com depoimentos e análises de provas nos próximos dias. Enquanto isso, Leandro tenta recuperar sua liberdade e entender como seguir sua vida sem novos problemas.
A repercussão do caso tem gerado debates sobre violência doméstica, medidas protetivas e o limite entre proteção e possível uso indevido da legislação para perseguições pessoais. O desfecho da história ainda é incerto, mas a comoção pública já tem influenciado no rumo das investigações.
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