Mato Grosso do Sul, 9 de maio de 2025
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Tragédia e Revolta: Jornalista Vanessa Ricarte é assassinada pelo ex-noivo após denunciar violência

Com histórico de agressões contra mulheres, músico Caio Nascimento esfaqueia Vanessa poucas horas depois dela registrar boletim de ocorrência. Caso levanta alerta sobre falhas na proteção a vítimas de violência doméstica
Vanessa Ricartes - Imagem - Redes Sociais
Vanessa Ricartes - Imagem - Redes Sociais

A noite de quarta-feira (12) foi marcada por um crime brutal que escancarou mais uma vez a triste realidade do feminicídio no Brasil. A jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, servidora pública do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul (MPT-MS), foi assassinada com três golpes de faca pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, dentro da própria casa, no bairro São Francisco, em Campo Grande. O crime aconteceu poucas horas depois de Vanessa buscar ajuda na polícia para denunciar as agressões do companheiro.

O caso, que já seria revoltante por si só, se torna ainda mais chocante pelo histórico de violência de Caio. Ele acumula pelo menos 11 registros por agressão e violência doméstica, incluindo um episódio em que uma ex-namorada precisou ser hospitalizada com queimaduras no rosto e braços. Mesmo com esse passado de terror, ele estava em liberdade e continuava fazendo novas vítimas.

A Denúncia e o Crime

Na madrugada do mesmo dia em que foi assassinada, Vanessa foi até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), acompanhada de um amigo, para registrar uma ocorrência contra Caio por agressão. No período da tarde, decidiu voltar à sua casa para buscar seus pertences, acreditando que, com a presença do amigo, estaria segura. Mas a tragédia se desenhou rapidamente.

Ao chegar à residência, Vanessa foi surpreendida por Caio, que, em um ataque de fúria, a esfaqueou três vezes na região do tórax. O Corpo de Bombeiros foi acionado e a encaminhou em estado gravíssimo para a Santa Casa de Campo Grande, onde, infelizmente, não resistiu aos ferimentos e morreu.

A Polícia Militar chegou ao local rapidamente e encontrou Caio ainda na casa, onde foi preso em flagrante.

Testemunhas Tentaram Impedir o Crime

O assassinato aconteceu diante dos olhos de um vizinho, que, ao ouvir gritos de socorro, subiu na grade do portão da casa para tentar intervir. Ele viu o momento em que Caio golpeava a faca contra o vidro de uma janela e gritou para que ele parasse. O agressor ignorou os apelos e, em seguida, tentou avançar sobre o vizinho, mas foi impedido pelo portão trancado. Logo depois, voltou sua fúria para Vanessa e a esfaqueou.

“Ele tentou vir para cima de mim, mas o portão estava fechado. Nisso, ele foi até ela e a atacou”, contou a testemunha. A PM chegou ao local em menos de cinco minutos e arrombou o portão para prender Caio, que não ofereceu resistência.

Histórico de Violência e a Falha do Sistema

A morte de Vanessa Ricarte escancara um problema recorrente: homens violentos continuam circulando livremente, apesar de terem um longo histórico de agressões contra mulheres. Caio Nascimento já havia sido denunciado várias vezes por violência doméstica. O primeiro registro data de 2020 e, desde então, as denúncias se acumulavam.

Uma de suas ex-namoradas chegou a ser internada na Santa Casa com queimaduras no rosto e nos braços, causadas pelo músico. Outra ex-companheira também registrou boletins de ocorrência relatando perseguições, ameaças e agressões psicológicas. Em 2023, sua ex-mulher relatou à polícia que vinha sendo sistematicamente perseguida e ameaçada por ele, que a insultava e dizia que “ela não fazia ideia do que a aguardava”.

Mesmo diante de tantos alertas, nenhuma medida eficaz foi tomada para impedir que Caio fizesse novas vítimas. Vanessa foi mais uma mulher que buscou ajuda, mas não teve tempo de ser protegida.

O Segundo Feminicídio do Ano em Mato Grosso do Sul

O assassinato de Vanessa Ricarte é o segundo caso de feminicídio registrado no estado em 2025 e o primeiro em Campo Grande. O crime levanta questionamentos sobre a eficácia das medidas protetivas e sobre a falta de resposta rápida do sistema de segurança para garantir a proteção de mulheres ameaçadas.

A indignação tomou conta das redes sociais, onde amigos e colegas de trabalho de Vanessa lamentaram sua morte e pediram justiça. “Ela foi pedir ajuda e a resposta que teve foi essa. Até quando?”, escreveu uma amiga da jornalista.

O caso reacende o debate sobre a urgência de políticas públicas mais rígidas e eficazes no combate ao feminicídio. A morte de Vanessa poderia ter sido evitada se Caio Nascimento tivesse sido afastado da sociedade há muito tempo.

A pergunta que fica é: quantas mais precisarão morrer para que algo realmente mude?

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