Mato Grosso do Sul, 9 de maio de 2025
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Tragédia na Avenida reacende debate sobre segurança no trânsito em Campo Grande

Motociclista morre após colisão com Kombi e moradores denunciam abandono e falta de sinalização em avenida marcada por acidentes
Foto: Osmar Veiga
Foto: Osmar Veiga

A tarde de quarta-feira, 23 de abril, foi marcada por mais uma tragédia no trânsito de Campo Grande. O motociclista Antônio Carlos Ferreira, de 66 anos, perdeu a vida após colidir de frente com uma Kombi na Avenida Prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo, no Bairro Estrela do Sul. O acidente, violento e repentino, reacendeu a revolta de moradores que há anos cobram melhorias na sinalização da via, conhecida por registrar ocorrências frequentes e perigos constantes.

Segundo testemunhas e relatos da polícia, Antônio Carlos conduzia uma moto Lander XTZ 250 e teria invadido a pista contrária por razões ainda desconhecidas. O impacto com a Kombi foi tão forte que o motociclista morreu antes mesmo da chegada do socorro. O motorista da Kombi, em estado de choque e com suspeita de fraturas, foi socorrido imediatamente.

O local do acidente ficou tomado por curiosos, vizinhos e familiares, enquanto a perícia tentava entender o que levou o motociclista a cruzar para o lado oposto da pista. Quem vive ali, no entanto, diz que não é surpresa. Acidentes, segundo eles, são quase rotina na Avenida Prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo.

“Essa avenida foi feita e esquecida. Desde que foi aberta, a gente pede sinalização, redutor de velocidade, alguma coisa. Já vi gente capotando aqui, morrendo, sendo socorrida toda semana”, contou um morador de 24 anos. “Não adianta colocar radar depois que alguém morre. Isso aqui é uma armadilha para quem dirige”, completou.

Outra moradora, de 40 anos, relatou que presenciou o momento do acidente. “Ele vinha correndo muito, não sei se perdeu o controle, mas de repente só escutamos o barulho. Foi muito forte. Quando vimos, ele já estava caído e o motorista da Kombi não conseguia nem falar”, disse.

O caso ganhou ainda mais repercussão após a confirmação de que Antônio Carlos Ferreira respondia por homicídio culposo no trânsito. Em 28 de maio de 2022, ele se envolveu em um acidente fatal na BR-163, em São Gabriel do Oeste, onde atropelou e matou a motociclista Celi Regina Garcia Domingos. Na ocasião, o impacto foi tão violento que a moto da vítima ficou presa nas ferragens do carro e o corpo dela foi arremessado a cerca de 15 metros de distância.

Com esse histórico, o acidente desta quarta-feira reacende discussões sobre a reincidência de imprudência no trânsito e a responsabilidade de condutores que já respondem judicialmente. Também reforça a urgência de ações por parte das autoridades para garantir segurança a quem trafega por vias perigosas como a Prefeito Heráclito Diniz de Figueiredo.

Além da sinalização precária, os moradores apontam a ausência de fiscalização e a velocidade com que veículos trafegam no local como fatores que colaboram para os acidentes. “Não adianta só pintar uma faixa. Tem que ter radar, tem que multar, tem que cuidar. A gente se sente abandonado aqui”, desabafou um morador.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Trânsito de Campo Grande, que vai apurar as circunstâncias da colisão. O laudo da perícia deve ajudar a esclarecer se houve falha mecânica, distração ou imprudência por parte de Antônio Carlos.

Enquanto isso, os moradores seguem com o medo diário de ver mais uma vida perdida em um asfalto onde o perigo se mistura com o descaso. E onde, para muitos, a tragédia parece sempre estar à espreita da próxima curva.

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