Mato Grosso do Sul, 12 de maio de 2025
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Venezuela: ao menos 10 países da região estão em crise com Maduro além do Brasil

Líder venezuelano convocou o embaixador no Brasil, Manuel Vadell, para consultas para manifestar seu descontentamento com o que chamou de “grosserias” do governo brasileiro
Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em discurso no Palácio de Miraflores, em Caracas
Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em discurso no Palácio de Miraflores, em Caracas

A crise diplomática entre Brasil e Venezuela chegou a novo patamar, nesta quarta-feira (30), com o anúncio da chancelaria venezuelana da convocação para consultas de seu embaixador em Brasília, Manuel Vadell. A Venezuela também está em crise com ao menos outros 10 países da região.

O anúncio de Caracas nesta quarta é o capítulo mais recente de um impasse que cresce desde que o Brasil passou a insistir ao governo do presidente Nicolás Maduro que mostre os registros eleitorais que sustentariam a vitória nas eleição presidencial de 28 de julho, declarada pelas autoridades do país.

Maduro também tem se queixado do bloqueio imposto pelo Brasil à entrada da Venezuela como país associado aos Brics durante a cúpula mais recente, realizada em Kazan, na Rússia.

A crise com outros países

O Brasil não é o único vizinho latino-americano a sustentar uma crise com o governo de Nicolás Maduro nas últimas semanas.

Por exemplo, a Venezuela anunciou a expulsão da equipe diplomática de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana Uruguai. 

Naquela ocasião, o governo disse rejeitar as acusações de um “grupo de governos de direita subordinados a Washington, abertamente comprometidos com as mais sórdidas posições ideológicas fascistas”.

Em comunicado, o país ainda afirmou que estes países atacam a soberania venezuelana ao não aceitar o resultado das eleições anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

“É uma situação atípica para as regulamentações diplomáticas e aduaneiras; Não está contemplado nem na Convenção de Viena sobre relações diplomáticas nem nas Convenções de Caracas ou Montevidéu sobre asilo. É uma suspensão das relações diplomáticas sem romper as relações diplomáticas”, explicou o ex-vice-chanceler da Argentina e ex-embaixador do país na ONU, Fernando Petrella.

No entanto, muito antes do anúncio da expulsão de diplomatas, a Venezuela já havia optado pelo isolamento político na região. Por exemplo, ao retirar-se da Organização dos Estados Americanos (OEA). Além disso, o isolamento físico se soma ao isolamento político. A Venezuela suspendeu os voos com o Panamá, por exemplo, que é uma ligação aérea fundamental porque todos os voos para o norte do continente, incluindo os Estados Unidos, partem de lá.

No caso da Argentina, a situação se demonstrou ainda mais grave, uma vez que a expulsão afeta os seis oposicionistas venezuelanos integrantes da equipe de María Corina Machado que estão asilados na embaixada argentina em Caracas. O Brasil assumiu a custódia da embaixada, no início de agosto. 

Além disso, também é possível citar Equador, Guatemala Paraguai ao se considerar países em crise com a Venezuela.

No final de agosto, esses países somaram-se a uma série de países em uma declaração conjunta na qual “rejeitaram “categoricamente o anúncio da Suprema Corte de Justiça da Venezuela que indicava ter concluído uma suposta verificação dos resultados do processo eleitoral e que busca validar os resultados não comprovados emitidos pelo órgão eleitoral”.

No comunicado, os governos reiteram que “só uma auditoria imparcial e independente que avalie todas as atas garantirá o respeito pela vontade popular”.

A declaração foi bem recebida pelos opositores. A líder oposicionista María Corina Machado disse que “o mundo democrático está ao lado do povo da Venezuela e ao respeito pela nossa soberania popular”, acrescentando que “ninguém acredita na manobra grosseira do STJ para esconder as atas que demonstram a vitória esmagadora de Edmundo González Urrutia”.

O governo Maduro reagiu quase de imediato rejeitando “nos termos mais enérgicos” a declaração e qualificando os países que assinaram como “fracassados”. 

A pasta liderada pelo chanceler chavista Yván Gil disse ainda que os signatários do documento cometem “transgressões ao direito internacional” por interferências em sua política interna e que seu país irá “pulverizar todas e cada uma das ações que tentam iniciar através dos seus governos fracassados contra o povo venezuelano”.

A crise entre Venezuela e Equador escalou antes mesmo da realização das eleições de julho. Em abril, Maduro ordenou o fechamento de sua embaixada e consulados no Equador diante de uma invasão da embaixada mexicana pela polícia equatoriana.

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