Mato Grosso do Sul, 3 de maio de 2025
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VÍDEO: Tragédia em dia comum escancara os riscos do trânsito para motociclistas em Campo Grande

Jovem entregador morre atropelado por ônibus após queda na rua Joaquim Murtinho e caso reacende debate sobre segurança e infraestrutura viária
Foto: Juliano Almeida
Foto: Juliano Almeida

A rotina apressada de Campo Grande foi interrompida por mais uma tragédia no trânsito nesta terça-feira, 29 de abril. Em plena luz do dia, no coração da cidade, um jovem motociclista perdeu a vida de forma brutal após cair da moto e ser atropelado por um ônibus coletivo. A cena, que se desenrolou por volta das 16h na movimentada Rua Joaquim Murtinho, entre as ruas José Antônio e 13 de Junho, choca, mas não surpreende quem vive ou circula diariamente pela capital sul-mato-grossense.

O motociclista, identificado como Rafael, de 28 anos, trabalhava como entregador de farmácia. Ele seguia no sentido Avenida Ricardo Brandão quando, ao passar em frente à sede da 14ª Companhia de Polícia do Exército, colidiu na traseira de um veículo. Com o impacto, caiu na pista e, sem chance de reação, foi atropelado por um ônibus do transporte coletivo que vinha na direção contrária. Equipes do Corpo de Bombeiros chegaram rapidamente e tentaram reanimar o rapaz, mas Rafael não resistiu aos ferimentos e morreu ali mesmo, no asfalto.

A morte de Rafael entra para a estatística cruel de acidentes fatais envolvendo motociclistas em Campo Grande, uma cidade onde a motocicleta é, para muitos, mais do que um meio de transporte: é ferramenta de trabalho, sustento da família, símbolo de sobrevivência. Porém, também é sinônimo de vulnerabilidade nas vias, cada vez mais movimentadas, congestionadas e mal planejadas.

Familiares e amigos da vítima chegaram ao local do acidente ainda em choque. O clima era de revolta e tristeza. O trânsito foi bloqueado entre as ruas José Antônio e 13 de Junho, e os motoristas precisaram desviar pela Rua 7 de Setembro ou pela Rua 15 de Novembro. Soldados do Exército, que presenciaram o acidente por estarem próximos, ajudaram a organizar o tráfego até a chegada das autoridades competentes.

O que chama atenção é que tragédias como essa se tornaram rotina. Campo Grande, como outras capitais brasileiras, enfrenta um trânsito caótico, marcado pela pressa, imprudência e falta de estrutura adequada para suportar o crescimento da frota. E os motociclistas são as principais vítimas. De acordo com dados recentes do Detran-MS, mais de 70% dos acidentes graves no estado envolvem motocicletas. Na capital, esse número é ainda mais alarmante, especialmente com o crescimento desenfreado dos serviços de entrega por aplicativo, onde a urgência se sobrepõe à segurança.

Em horários de pico, como o fim de tarde desta terça-feira, a Rua Joaquim Murtinho vira uma artéria congestionada e perigosa. A soma de imprudência de motoristas, falta de fiscalização constante e ausência de campanhas efetivas de educação no trânsito é uma equação que frequentemente resulta em mortes. A maioria dos motociclistas que trafegam pelas ruas de Campo Grande são trabalhadores que enfrentam chuva, sol, buracos, e muitas vezes, jornadas exaustivas para cumprir metas.

A morte de Rafael levanta uma questão urgente: até quando motociclistas continuarão morrendo nas ruas da capital? Até quando entregadores terão que arriscar a própria vida para cumprir prazos e sustentar a família? É preciso mais do que lamentar. É necessário repensar políticas públicas, reforçar a fiscalização, investir em campanhas educativas e, principalmente, garantir a segurança de quem sobrevive todos os dias entre o guidão e o perigo.

Enquanto isso, o trecho da Rua Joaquim Murtinho continua interditado, os familiares choram mais uma vítima, e a cidade segue seu curso apressada, barulhenta, muitas vezes indiferente à dor que se repete de forma quase automática nas esquinas do cotidiano.

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